Rui Rio acha que Saúde "está pior" mas demissões cabem ao primeiro-ministro - TVI

Rui Rio acha que Saúde "está pior" mas demissões cabem ao primeiro-ministro

  • Atualizada às 14:43
  • 11 mai 2018, 14:28

Presidente do PSD considera que o seu partido não pediu a demissão do ministro da Saúde. Foi antes uma pergunta para saber “se ele não quer reequacionar a sua posição, inclusive no Governo"

O presidente do PSD, Rui Rio, alertou esta sexta-feira que a situação na Saúde em Portugal está hoje “pior do que há dois anos” e assim “não pode continuar”, mas as demissões de ministros “dependem do primeiro-ministro”.

Acho que o Governo tem de fazer uma reflexão”, envolvendo “o primeiro-ministro, o ministro das Finanças” e “o ministro da Saúde”, para “ver o que é que podem fazer no quadro da gestão do Ministério da Saúde em Portugal porque uma coisa é clara: Assim eu acho que não pode continuar”, disse o líder social-democrata.

Segundo Rui Rio, que frisou que tem visitado “muitas unidades de Saúde”, o que tem encontrado nesta área “é transversal”, ou seja, “a situação” na Saúde “está hoje pior do que estava há dois anos”.

O líder social-democrata, que falava aos jornalistas em Beja, referiu que não esteve presente no debate de hoje na Assembleia da República, mas, sobre se o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, se deve demitir e sobre se o PSD quer a demissão do governante, disse que “o primeiro ministro é que tem de saber isso”.

As demissões dos ministros dependem do primeiro-ministro. É o primeiro-ministro que tem de pensar, cada vez que tem um problema num ministério, se o ministro deve continuar ou não”, disse.

Demissão?

O presidente do PSD foi questionado pelos jornalistas sobre o repto lançado num debate parlamentar, pelo deputado social-democrata Ricardo Batista Leite, que considerou que “o ministro da Saúde já não existe” e que o ministro das Finanças “tomou de assalto” o Ministério da Saúde.

O senhor ministro falou da importância da seriedade na política. Face ao descalabro em que está instalado o Serviço Nacional de Saúde, a única atitude séria que se podia esperar do senhor ministro da saúde era a sua demissão hoje, aqui e agora”, afirmou Ricardo Batista Leite.

Em declarações aos jornalistas, em Beja, à margem das visitas que está hoje a efetuar no âmbito das comemorações nacionais do 44.º aniversário do partido, Rui Rio insistiu que não assistiu ao debate, mas, pelo que lhe contaram, “o que se passou não foi nenhum pedido de demissão”.

Aquilo que me dizem que foi o debate foi os deputados do PSD perguntarem ao ministro da Saúde”, Adalberto Campos Fernandes, “se ele não quer reequacionar a sua posição, inclusive no Governo, face ao facto de estar a dividir a gestão do ministério, na prática, com o ministro das Finanças”, argumentou.

Segundo o presidente do PSD, “têm saído notícias onde isso aparece muito claro” e, no que toca ao Ministério da Saúde, “o primeiro responsável é o ministro”.

É o primeiro a ter de ter propostas concretas” para mudar o que se passa no setor e no ministério, cuja situação não pode “continuar assim e alguma coisa tem de ser feita e mudada”, afirmou.

Questionado sobre se, independentemente de caber ao primeiro-ministro demitir ministros, o PSD não pode pedir a demissão de um membro do Governo, Rio limitou-se a frisar: “Pode, mas não é propriamente o meu estilo”.

Apenas “sugeriu" demissão

A remar no mesmo sentido que o líder Rui Rio, o vice-presidente da bancada do PSD, Adão Silva, veio também defender que o partido não pediu a demissão do ministro da Saúde, mas apenas a sugeriu, afirmando que a bancada e a direção sociais-democratas “estão plenamente sincronizadas” nesta matéria.

Não pedimos - porque não é essa a norma do PSD - a demissão de nenhum membro do Governo, mas sugerimos que o ministro da Saúde deve repensar muito bem o que está a fazer no Governo quando o descalabro na saúde é patente e manifesto, e quando há uma sobreposição inédita e insólita em que o ministro das Finanças também governa o Ministério da Saúde”, afirmou Adão Silva, em declarações aos jornalistas no final do plenário.

Questionado se as afirmações do presidente do PSD, Rui Rio, em Beja segundo as quais não “é o seu estilo” pedir demissões de membros do Governo não desautorizam a bancada, o vice-presidente da bancada do PSD negou.

O que nós sugerimos, vou repetir a palavra, sugerimos ao senhor ministro da Saúde é que (…) possa repensar a sua função, a sua presença no Governo. A conversão da sugestão em ideia imperativa não foi nossa, estamos absolutamente sincronizados com líder do PSD, dr. Rui Rio”, afirmou.

Adão Silva rejeitou, desta forma, “a ideia que perpassou na comunicação social” de que o PSD pediu a demissão de Adalberto Campos Fernandes depois de o deputado Ricardo Baptista Leite ter afirmado em plenário: “O senhor ministro falou da importância da seriedade na política. Face ao descalabro em que está instalado o Serviço Nacional de Saúde, a única atitude séria que se podia esperar do senhor ministro da Saúde era a sua demissão hoje, aqui e agora”.

No final do plenário, os jornalistas aguardavam o líder da bancada do PSD junto à entrada do seu grupo parlamentar, mas foi Adão Silva que se disponibilizou para responder à comunicação social sobre esta matéria, tendo Fernando Negrão saído do plenário pela porta contrária.

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