Rui Rio reconhece que a “justiça está a atuar, mas não deve ficar pela parte mediática” - TVI

Rui Rio reconhece que a “justiça está a atuar, mas não deve ficar pela parte mediática”

  • Agência Lusa
  • RL
  • 8 jul 2021, 00:24

Líder do PSD reagiu às ações judiciais relacionadas com as barragens da EDP e a detenção do presidente do Benfica

O líder do PSD reconheceu esta quarta-feira que as ações judiciais relacionadas com as barragens da EDP e a detenção do presidente do Benfica demonstram que a justiça está a atuar, mas espera que não se fique pela parte mediática.

Como sabem eu sou muito crítico da Justiça, mas, quando a Justiça atua tenho que dizer exatamente o contrário, que estão a atuar bem”, disse Rui Rio.

 “Espero é que depois tudo isto tenha consequência e que não sejam apenas notícias de buscas, que depois não tenham mais nada e morram pelo caminho. Espero que sejam levadas até ao fim, até ao julgamento se for caso disso, e que não se fique apenas pela parte mediática”, acrescentou o dirigente social-democrata, que falava aos jornalistas em Setúbal, à margem da apresentação de candidatos do PSD às 13 Câmaras Municipais do distrito.

O presidente do PSD começou por salientar a importância do trabalho desenvolvido pela Comissão Parlamentar de Inquérito às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução, presidida por Fernando Negrão (candidato do PSD nas eleições autárquicas em Setúbal), não permitiu esclarecer tudo, mas “trouxe alguns esclarecimentos adicionais”.

A avaliação política que eu posso fazer é que aquilo que nós temos vindo a levantar na Assembleia da República, seja no caso do negócio da venda das barragens por parte da EDP, que também teve uma ação judicial esta semana, seja no caso de Joe Berardo, seja agora no caso de Luís Filipe Vieira, tudo isto tem também, naturalmente, a ver com aquilo que é a ação que o Parlamento tem desenvolvido em torno destes casos”, disse.

“Naturalmente que [a Comissão Parlamentar de Inquérito] tem vindo a trazer algum esclarecimento adicional, não digo o esclarecimento todo, longe disso, como é evidente, mas algum esclarecimento adicional importante”, sublinhou.

Por sua vez, Fernando Negrão, que presidiu à Comissão Parlamentar de Inquérito que ouviu Luís Filipe Vieira, não se quis alongar em considerações.

“Eu acho que devo ser limitado nas minhas declarações. Dizer só que fizemos o nosso trabalho, demos visibilidade a problemas, alguns com vários anos, outros mais recentes. E contamos que isso tenha tido alguma utilidade”, disse Fernando Negrão.

O empresário e presidente do Benfica Luís Filipe Vieira foi um dos quatro detidos na quarta-feira numa investigação que envolve negócios e financiamentos superiores a 100 milhões de euros, com prejuízos para o Estado e algumas sociedades.

Segundo o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) estão em causa factos suscetíveis de configurar “crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento de capitais”.

Para esta investigação foram cumpridos cerca de 45 mandados de busca a sociedades, residências, escritórios de advogados e uma instituição bancária em Lisboa, Torres Vedras e Braga. Um dos locais onde decorreram buscas foi a SAD do Benfica que, em comunicado, adiantou que não foi constituída arguida.

Sem os identificar, o DCIAP informou que foram detidos um dirigente desportivo, dois empresários e um agente do futebol.

Na intervenção que proferiu em Setúbal, na apresentação de candidatos no distrito, o líder do PSD, Rui Rio, reafirmou que o PSD tem de melhorar a votação obtida nas últimas eleições autárquicas a nível nacional.

Por outro lado, mostrou-se convicto de que a candidatura do PSD em Setúbal, liderada por Fernando Negrão, pode ser uma oportunidade para o PSD conquistar a primeira Câmara Municipal no distrito de Setúbal.

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