Sócrates: Estado social está em jogo a 27 de Setembro - TVI

Sócrates: Estado social está em jogo a 27 de Setembro

PM critica arrogância do PSD e diz que imigrantes cabo-verdianos com trabalho «é uma boa notícia para o PS»

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O secretário-geral do PS, José Sócrates, afirmou este domingo em Lisboa que uma das grandes questões em jogo nas eleições legislativas de 27 de Setembro é o Estado social, acusando o PSD de o querer enfraquecer, embora não assumidamente.

Segundo José Sócrates, os sociais-democratas, «fora do tempo de eleições, defenderam o recuo do Estado social», tendo criticado por exemplo o complemento solidário para idosos e considerado uma irresponsabilidade aumentar o salário mínimo, e «agora, em campanha, preferem falar em código».

O secretário-geral do PS afirmou este domingo que, para o seu partido, será sempre uma «boa notícia» se os imigrantes cabo-verdianos encontrarem trabalho em Portugal na sequência de investimentos públicos, elogiando o papel e a integração desta comunidade, refere a Lusa.

As palavras de José Sócrates surgiram na sequência da intervenção do presidente do PAICV e primeiro-ministro de Cabo Verde, José Maria das Neves, que também discursou no encerramento da Convenção Nacional do PS no Coliseu dos Recreios.

Numa entrevista após ter chegado à liderança do PSD, Manuela Ferreira Leite, contestou os investimentos públicos em obras públicas por apenas darem emprego a ucranianos e cabo-verdianos.

«Portugal muito deve ao trabalho e ao esforço da comunidade cabo-verdiana imigrante. Essa comunidade é um exemplo de integração na sociedade portuguesa. Quero que saiba senhor primeiro-ministro [de Cabo Verde] que, se houver imigrantes cabo-verdianos a encontrar aqui trabalho com os investimentos que Portugal necessita, isso será sempre visto pelo PS como uma boa notícia. É uma boa notícia para Portugal e para Cabo Verde», declarou o líder socialista.

José Sócrates acusou ainda o PSD de comportamento arrogante, ao pretender afirmar-se como detentor absoluto da verdade, e de fazer uma campanha a insultar e a colocar em causa a seriedade dos adversários, refere a Lusa.

«Estivemos aqui um dia inteiro a falar com abertura das nossas ideias e propostas. Não ouvi ninguém subir a esta tribuna para lançar suspeições, nem para insultar pessoas, ou pôr em causa a seriedade ou o carácter dos nossos adversários», declarou Sócrates no início da sua intervenção.

Segundo o secretário-geral socialista, perante este tipo de campanhas, a resposta do PS terá como base «a elevação e o respeito democrático».

«Não andamos a tentar desqualificar moralmente os nossos adversários para tentar ganhar votos, nem nos presumimos detentores únicos da verdade, com um «vê» grande, como se na política a verdade fosse uma graça divina concedida a uns e negada a outros; ou como se alguém pudesse ter em exclusivo a patente registada da verdade», disse.

Sócrates referia-se então de forma crítica ao «slogan» de campanha do PSD, «uma política de verdade», ponto da sua intervenção em que se recebeu prolongadas palmas.
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