Foi o primeiro-ministro que projectou isto? - TVI

Foi o primeiro-ministro que projectou isto?

Debate sobre o Orçamento de 2008 - Foto Mário Cruz/Lusa

Santana questionou Sócrates sobre autoria das casas construídas na Guarda

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O líder da bancada parlamentar do PSD, Santana Lopes, questionou esta tarde, no debate quinzenal, na Assembleia da República, por «este» ser o «local próprio», se «confirma o que disse», isto é, se confirma a «autoria dos projectos», de engenharia técnica, noticiados pelo jornal Público. O primeiro-ministro respondeu mais uma vez que a «notícia é falsa».

«Não é que não esperasse essa pergunta. Ela revela todo o seu estilo», disse José Sócrates, garantindo que nunca assinou nenhum projecto que não fosse da sua responsabilidade. «A notícia do público é falsa».

«Quem não deve, não teme»

Santana Lopes disse, por seu turno, que essa é a resposta que «registamos» e «respeitamos», e aproveitou para se referir a uma outra notícia do Público, que revelava uma alegada acumulação do estatuto de exclusividade com um cargo numa empresa, anunciando que o PSD irá propor um debate sobre o regime de exclusividade dos deputados. «Quem não deve, não teme», justificou Santana.

«Ataque pessoal e miserável»

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Sobre o tema escolhido pelo Governo para o debate quinzenal, Santana Lopes questionou o primeiro-ministro sobre o facto de abrirem creches em Lisboa e no Porto e fecharam outros equipamentos no interior do país. «Acha congruente?», perguntou. Sócrates respondeu, dizendo que o investimento no interior de país se faz com medidas económicas, como a baixa do IRC.

«A diferença é entre quem fala e de quem faz»

A discussão entre os dois líderes centrou-se também na política de saúde, nomeadamente, no fecho de maternidades, com Santana Lopes a afirmar que optou por não fechar a maternidade de Chaves, quando foi primeiro-ministro, porque esse ser «um péssimo sinal para as populações». Sócrates rebateu afirmando que «essa é a diferença»: «Não teve coragem de decidir. A diferença é entre quem fala e quem faz». Santana ripostou: não se trata de «coragem». «Cada um faz o caminho que acredita. São opções».

«Caos» nas escolas

O líder da bancada do PSD questionou ainda o primeiro-ministro sobre a avaliação de professores e do «caos» que se vive nas escolas.

Sócrates respondeu que as reformas na educação são para levar adiante: «Há um erro que este Governo não vai cometer, que é não avaliar os professores, como aconteceu nos últimos 30 anos».

Regime de avaliação de professores é «perverso e absurdo»

Também Paulo Portas criticou o novo regime de avaliação de professores considerando que «é um sistema perverso, absurdo, impossível de levar à prática». O líder do CDS-PP centrou as críticas no «erro» que é fazer depender a progressão de um professor na carreira das notas que atribui aos alunos.

«O professor é transformado em burocrata da avaliação e o aluno num número estatístico», disse, considerando que o novo sistema de avaliação de professores «relativiza o mérito escolar».

Na resposta, o primeiro-ministro acusou Paulo Portas de «total demagogia», negando que a avaliação dos professores esteja apenas dependente das notas que atribui aos alunos. «É um factor entre outros, tem uma ponderação de seis pontos, em 50 possíveis», afirmou José Sócrates. «Não há nada de mais injusto para os professores, as famílias e os alunos do que não haver avaliação» dos docentes.

Já o PCP acusou Sócrates de ter começado a preparar as próximas legislativas com o anúncio de medidas na área social. «Ou teve um rebate de consciência social ou já está a posicionar-se na linha de partida para as eleições», acusou o secretário-geral, Jerónimo Sousa.
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