"Exijamos que políticos digam como vão pagar promessas", diz Eanes - TVI

"Exijamos que políticos digam como vão pagar promessas", diz Eanes

Ramalho Eanes - JOAO RELVAS/LUSA

Antigo Presidente da República defende que povo deve fazer duas exigências a quem o governa, antes das próximas eleições legislativas

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O antigo Presidente da República Ramalho Eanes defende que o povo deve exigir aos políticos que, antes das próximas eleições, digam como vão pagar as promessas que fazem agora. E, naturalmente, cumpri-las se ganharem nas urnas.

“Entre as várias coisas que nos cabe exigir nas próximas eleições, há duas que eu entendo fundamentais: Exijamos que os políticos cumpram as promessas, mas, antes disso, nos digam como e onde vão arranjar meios para as executar”


"Todos são em parte responsáveis, embora haja uns que são mais responsáveis e outros menos”, pela situação atual do país, considerou, no encerramento, esta terça-feira, da conferência do Jornal de Notícias que marca 127 anos do diário, na Casa da Música, no Porto, 

O antigo Chefe de Estado realçou que, “em democracia, quem domina sempre, porque é soberano, é o povo, e dominado sempre, obviamente com justiça, com diálogo, é o Governo”. “Não basta ganhar eleições para se governar quatro anos, é necessário ganhar eleições e governar bem”, sublinhou, segundo a Lusa.

Para Eanes, se se continuar a demissão de cada um daquilo que é a sua responsabilidade social, não será possível nunca ter uma democracia adulta.

“Que não mais permitamos que decisões políticas importantes sejam tomadas sem que a sua evidência pública seja apresentada pelo Governo. Não pode ser decidido sobre um grande investimento público sem que o Governo nos diga, nos demonstre a evidência do seu interesse”


O antigo Presidente da República quer ainda nesses “grandes investimentos haja uma transparência sistemática”.

“É bom que durante estas próximas eleições possamos dizer aos políticos que nós somos políticos, que a nossa participação não é feita de quatro em quatro anos”, antecipou.

Ramalho Eanes falou ainda de “um certo receio” que corresponde a uma certa tradição na história: “que muitas vezes se confunda a vitória na noite das eleições com a conquista do país”.
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