Boa parte do discurso do líder do CDS-PP, Paulo Portas, foi a atacar a "confiança" que o PS proclama dar nos seus cartazes eleitorais. Ora, Carlos César contraria esse discurso e entende que os líderes da coligação fizeram declarações “desonestas” ao tentarem comparar o Syriza com o PS. O “resultado inequívoco” pedido por Passos Coelho, esse, será a favor dos socialistas, disse o mesmo socialista.
“Os discursos destas festas do PSD, agora com as artes decorativas do CDS, mostram uma coligação que não pode inspirar a confiança dos portugueses. Primeiro porque não fala a verdade sobre o passado recente e o presente do país e depois porque esconde deliberadamente as medidas que pretende tomar nos próximos quatro anos”, afirmou Carlos César aos jornalistas, em Ponta Delgada.
O socialista está de acordo com a necessidade de sair das próximas eleições um “resultado inequívoco”, mas frisou que “a direita não tem mais por onde ir buscar o apoio aos portugueses”, cita a Lusa.
Já o PS apela “a todos os eleitores para que concentrem o seu voto neste partido centro-esquerda, o único que pode vencer estas eleições, substituir e alterar este caminho difícil e penoso” percorrido nos últimos anos.
Tanto Portas como Passos Coelho fizeram “discursos orientados para fazer oposição à oposição. Esta coligação tem duas naturezas de medidas: fazer o mesmo que tem feito, ou seja, prolongar e acentuar em algumas componentes políticas de austeridade, agravar medidas como as que pretende na área da Segurança Social com a privatização de parte do sistema, diminuir em 600 milhões de euros o valor das pensões, fechar mais serviços públicos e tornando mais caro o Serviço Nacional de Saúde”
Carlos César disse que é um “delírio absoluto” que o PS queira privatizar a Segurança Social.
O socialista criticou ainda a forma “desonesta” como a coligação coloca o debate político, nomeadamente quando envolve o caso da Grécia.
“Toda a gente sabe que Portugal não é a Grécia, mas toda a gente sabe também que o PS não é o Syrisa e que terá de ter a maior ponderação na futura governação do país”.
“A coligação deixou-nos os cofres cheios de dívidas, empresas privadas oneradíssimas e empresas públicas vendidas ao desbarato”, sublinhou.
Já o Bloco de Esquerda utilizou duas palavras para classificar os discursos de Passos Coelho e Paulo Portas: "enorme descaramento" .