Brexit: Carlos Moedas quer agora “trazer mais alma” à UE - TVI

Brexit: Carlos Moedas quer agora “trazer mais alma” à UE

Carlos Moedas (EPA/LUSA)

Comissário europeu considera que o resultado do referendo é um momento de "profunda tristeza"

O comissário português Carlos Moedas defendeu nesta sexta-feira que se deve “trazer mais alma” à União Europeia (UE) e lembrou aos emigrantes portugueses no Reino Unido que o país continuará a “ser sempre um parceiro” da Europa.

Comentando a vitória do Brexit (saída do Reino Unido da UE) no referendo de quinta-feira, o responsável afirmou que a tónica deve ser agora colocada numa lista de pontos positivos da UE, que inclui “paz, prosperidade e democracia” levada a “milhões de cidadãos europeus”, assim como o mercado único e o fim das fronteiras que traduziu crescimento económico e emprego.

“Devemos voltar a repetir essas mensagens. No fundo temos que trazer mais alma à Europa”, argumentou o comissário europeu com a pasta da Investigação, Inovação e Ciência, que não deixou de transmitir “profunda tristeza, mas também profundo respeito pela decisão dos britânicos”.

Para os emigrantes no Reino Unido, incluindo os portugueses, Carlos Moedas referiu ser “preciso dar uma mensagem de esperança e o primeiro-ministro (David) Cameron disse-o a todos aqueles que são europeus e vivem em Inglaterra”.

“A Inglaterra continua a partilhar os nossos valores. O Reino Unido continua a partilhar os valores europeus pelos quais nos guiamos e continuará sempre a ser um parceiro para a Europa, é importante que se diga e que o próprio Reino Unido também o saiba. Estamos aqui, temos que ter calma e serenidade neste momento, é o mais importante”, concluiu.

Com dois filhos nascidos no Reino Unido, Carlos Moedas admitiu aos jornalistas ser “um bocadinho difícil imaginar o que será a UE sem o Reino Unido, sem o seu pragmatismo e dinamismo”.

“Mas a UE já ultrapassou muitas crises e vai ultrapassar mais este desafio e isso é que importante”, afirmou o comissário português, garantindo que não haverá desagregação do projeto europeu, que é “um projeto irreversível, que vai ter e tem muitos desafios e crises”.

Para o comissário, “é normal” que hoje haja volatilidade nos mercados, mas notou a importância de se pensar no “longo prazo e no projeto europeu e ver que é consistente e sólido”.

Os eleitores britânicos decidiram que o Reino Unido vai sair a União Europeia (UE), depois de o 'Brexit' ter conquistado 51,9% dos votos no referendo de quinta-feira, cuja taxa de participação foi de 72,2%. Na sequência deste resultado, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, anunciou já a sua demissão com efeitos em outubro.

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