Portas acusa Governo de ocultar dados sobre criminalidade - TVI

Portas acusa Governo de ocultar dados sobre criminalidade

Líder do CDS-PP questiona ausência de informação relativa à criminalidade juvenil

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O líder do CDS-PP, Paulo Portas, acusou esta sexta-feira o Governo de ocultar os dados da evolução da delinquência juvenil, dos «gangues», e da criminalidade grave por distrito no relatório de Segurança Interna relativo ao ano passado, notica a Lusa.

Em conferência de imprensa no Parlamento, Paulo Portas acusou o Governo de «esconder números» que sempre constaram dos relatórios anuais de Segurança Interna e que desapareceram no documento de 2008, divulgado na quinta-feira.

«Toda a vida nos relatórios de Segurança Interna a delinquência juvenil esteve lá, a delinquência dos gangues esteve lá, e a criminalidade grave por distrito esteve lá.

A boa pergunta é saber porque é que não está», afirmou.

O líder do CDS-PP apelou para que «o Governo tenha a decência de dizer» os dados «em falta» e argumenta que o objectivo da existência daqueles relatórios é adaptar as políticas à realidade.

«Querem fazer de conta que os gangues não existem?», questionou, considerando que a ausência dos dados «não foi uma distracção».

Portas referiu o exemplo do distrito de Setúbal, que de acordo com o relatório anual de Segurança Interna registou um crescimento de 3,2 por cento de crimes.

Duvidando da autenticidade desse valor, o líder democrata-cristão afirmou que «provavelmente aumentou muito mais que a média nacional e se calhar até aumentou mais que 20 por cento».

«Por alguma razão, deste relatório desapareceu a criminalidade grave dividida por distritos, sempre lá esteve», afirmou, recusando revelar em que dados se baseia a estimativa que apontou para o distrito de Setúbal.

Ausência de dados da PJ

O líder do CDS-PP questionou a validade da explicação dada no próprio Relatório Anual, que refere que não inclui os dados da Polícia Judiciária na comparação por distritos por ter havido uma alteração de critérios «seguidos pela PJ no preenchimento do local do crime».

«Decorrente da alteração dos critérios seguidos pela PJ no preenchimento do local do crime e visando não afectar a base comparativa com anos anteriores, optou-se por proceder à comparação entre distritos apenas com base nos dados da PSP e da GNR», refere o Relatório.

No entanto, destacou Portas, a PJ «não teve uma alteração relevante» e, sem os dados daquela polícia, «o país não pode saber a evolução da criminalidade grave por distritos, o que gera manipulação».
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