Racionamento na saúde: PS diz que problema é «grave» - TVI

Racionamento na saúde: PS diz que problema é «grave»

António Serrano

Mas o Governo desmente o observatório e nega que os cuidados de saúde estejam a ser limitados para cumprir memorando da troika

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Para o PS, o relatório do Observatório da Saúde demonstra «um gravíssimo» problema de «sofrimento» da população portuguesa no acesso aos cuidados de saúde e que as reformas estruturais do setor estão por fazer.

Mas, o Governo já reagiu, aos microfones da TSF, pela voz de Fernando Leal da Costa. O secretário de Estado Adjunto da Saúde afirmando que «objetivamente, não estão a racionar nos cuidados de saúde», acrescentando que o Governo pretende, apenas, que seja gasto dinheiro em tratamentos cuja eficácia está demonstrada. E prometeu estar atento para evitar que qualquer unidade de saúde o faça.

PS analisa o relatório sobre o estado da saúde em Portugal

«O relatório traça um perfil muito preocupante, acentuando as dificuldades no acesso aos cuidados de saúde, matéria que tem sido abundantemente denunciada pelo PS. Há um problema gravíssimo de sofrimento da população portuguesa por dificuldade no acesso aos cuidados de saúde», sustentou o ex-ministro do segundo Governo de José Sócrates, António Serrano.

António Serrano acusou o atual Governo de ter ido para além do memorando da troika (Banco Central Europeu, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional) no que se refere ao processo de consolidação orçamental no setor da saúde.

«O Governo está a tomar outras medidas da sua exclusiva opção política. Essa opção política traduz-se em dificuldades no acesso, assistindo-se a um decréscimo das idas às urgências em Portugal [no setor do Estado] e, em simultâneo, a um aumento das idas às urgências no setor privado», referiu o deputado socialista à Lusa.

De acordo com António Serrano, estes dados verificam-se em consequência «do aumento das taxas moderadoras muito acima do esperado e por se manter a ADSE para os funcionários públicos sem uma alteração estrutural, medida que é também requerida pelo memorando da troika».

«Também no âmbito do memorando, solicita-se ao Governo para que proceda a uma reorganização dos serviços hospitalares e a uma alteração profunda no sistema de financiamento dos hospitais. Mas essas alterações estruturais ainda não foram feitas pelo Governo e, por essa via, poder-se-iam poupar recursos que evitariam que muitos cidadãos ficassem sem acesso a cuidados de saúde e com dificuldade no acesso a medicamentos», apontou António Serrano.
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