PCP condena Dijsselbloem e ameaças das instituições europeias - TVI

PCP condena Dijsselbloem e ameaças das instituições europeias

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  • 22 mar 2017, 20:21
Jerónimo de Sousa

Partido apresentou voto de protesto e repúdio, a ser votado na sexta-feira no parlamento, contra as polémicas declarações do presidente do Eurogrupo, mas também face às ameaças de sanções pelas instituições europeias.

O PCP apresentou esta quarta-feira um voto de protesto e repúdio, a ser votado na sexta-feira no parlamento, contra as polémicas declarações do presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, mas também face às ameaças de sanções pelas instituições europeias.

No documento a que a Lusa teve acesso, o grupo parlamentar comunista "expressa o seu protesto e repúdio pelas afirmações insultuosas" do ministro das Finanças holandês "relativamente a Portugal e reclama o seu afastamento desse cargo".

O ministro das Finanças e membro do Partido Trabalhista da Holanda, em entrevista ao jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung afirmou que "não se pode gastar todo o dinheiro em copos e mulheres e depois pedir ajuda", referindo-se aos países que foram alvo de intervenção externa.

Além do PCP, também BE, PSD, PS E CDS vão igualmente apresentar votos condenando as declarações do presidente do Eurogrupo.

Noutros três pontos do texto, os deputados do PCP repudiam "as pressões que, sob a forma de ameaça de sanções, visam o condicionamento do debate político e das decisões que só ao povo português e aos órgãos de soberania nacional cabe tomar", considerando-as "uma forma de ingerência contrária ao interesse nacional" e que o país "deve considerar a rejeição dos mecanismos que lhe estão associados, nomeadamente o Tratado Orçamental, os diplomas da Governação Económica e o processo do Semestre Europeu".

O Banco Central Europeu defendeu no seu mais recente boletim mensal que as ferramentas do Procedimento por Desequilíbrios Macroeconómicos sejam totalmente aplicadas a Portugal, o que pode levar, em última análise, à aplicação de uma multa, caso o país não adote reformas ambiciosas.

No final de fevereiro, a Comissão Europeia identificara desequilíbrios macroeconómicos excessivos em Portugal: o elevado endividamento (externo, público e privado), o peso do crédito em incumprimento e o desemprego ainda alto.

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