CDS-PP quer ouvir Granadeiro com «urgência»

O CDS-PP quer ouvir Henrique Granadeiro, administrador da PT, com «urgência» na Assembleia da República (AR), para explicar todas as contradições quanto à alegada data em que falou com o primeiro-ministro, José Sócrates, e lhe falou sobre a intenção da empresa de telecomunicações em comprar a TVI.

Isso mesmo foi anunciado esta sexta-feira de manhã, na AR, pelo deputado Ribeiro e Castro aos jornalistas, durante uma conferência de imprensa.

«A questão que a nós interessa esclarecer é se o Governo conhecia ou não e se teve alguma intervenção ou não na negociação por parte da Portugal Telecom para tomar uma posição de controlo sobre a empresa que controlava a TVI», afirmou Ribeiro e Castro.

Apesar da audição do presidente da Portugal Telecom, Henrique Granadeiro já estar prevista, o CDS-PP quer agora antecipá-la e é isso mesmo que pede o requerimento que o partido vai entregar na Comissão de Ética.

«O dr. Henrique Granadeiro sobre esta matéria já disse três coisas diferentes», lembrou Ribeiro e Castro.

Em seguida, ressalvou as «contradições: «Chamo a atenção para a manifesta contradição que existe entre a declaração do dia 24 publicada a 25 de junho (de 2009), a declaração de dia 9 publicada a dia 10 (de fevereiro 2010) e o desmentido feito ao fim do dia do próprio dia 10. São declarações diferentes a diferentes órgãos de comunicação e não dizendo exatamente a mesma coisa e haverá que esclarecer isso».

Henrique Granadeiro disse primeiro que falou com José Sócrates antes de enviar o comunicado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários, o que aconteceu a 23 de Junho, lembrou o deputado democrata-cristão.

Para, depois, na passada quarta feira, o presidente da PT ter dito a alguns órgãos de comunicação social que cometeu «um lapso» e que, afinal, falou com o José Sócrates dia 25 de Junho.

Elementos para prosseguir averiguação

Ribeiro e Castro afimrou ainda que o partido acredita «que há elementos suficientes de trabalho parlamentar para prosseguir com esta averiguação», defendendo que «seja dada particular urgência ao esclarecimento deste caso concreto».