PS "sempre defendeu" que Salgado devia ter saído do BES em 2013 - TVI

PS "sempre defendeu" que Salgado devia ter saído do BES em 2013

Deputado do Partido Socialista, João Galamba

A propósito da reação do PSD à entrevista dada pelo primeiro-ministro à agência Lusa, PS insiste que Salgado continuou no BES depois de 2013 para evitar “escândalo financeiro”

O PS recordou esta sexta-feira que sempre defendeu que Ricardo Salgado deveria ter sido substituído em 2013, quando se descobriu a falsificação das contas da Espírito Santo International, considerando que tal não aconteceu porque "não dava jeito" um "escândalo financeiro".

"A posição do PS foi sempre a mesma ao longo de toda a comissão de inquérito do BES", lembrou o deputado do PS João Galamba, a propósito da reação do PSD à entrevista dada pelo primeiro-ministro à agência Lusa.

Em declarações esta sexta-feira à tarde aos jornalistas no Parlamento, a vice-presidente do PSD Maria Luís Albuquerque repudiou as acusações do primeiro-ministro de que o anterior Governo destruiu o BES e o Banif, concluindo que se António Costa fosse primeiro-ministro em 2014, "teriam sido entregues milhares de milhões de euros de dinheiro dos contribuintes ao doutor Ricardo Salgado para evitar o colapso do BES".

"Quando o PSD diz agora que António Costa teria entregado biliões de euros a Ricardo Salgado, está a distorcer a posição do PS porque a nossa posição sempre foi, ao longo de toda a comissão de inquérito e ainda é hoje, que no momento em que se descobriu que Ricardo Salgado tinha falsificado as contas da Espírito Santo International, no final de 2013, esse era o momento para substituir-se Ricardo Salgado", vincou João Galamba.

Dessa forma, acrescentou, não se teria chegado a abril de 2014 com Ricardo Salgado a pedir um empréstimo avultado da parte da Caixa Geral de Depósitos para financiar o seu grupo.

"A substituição da administração (…), esta era a tese do PS e mantemos ainda hoje, só não foi feito no final de 2013, porque não dava jeito ao Governo da altura, ao Banco de Portugal e à ‘troika', um escândalo financeiro em plena saída limpa de Portugal do programa [de ajustamento]", declarou o deputado socialista.

Na entrevista à Lusa, o primeiro-ministro considerou que a postura do PSD é "absolutamente irresponsável" no caso da Caixa Geral de Depósitos, acusando os sociais-democratas de terem procurado, enquanto Governo, esconder dos portugueses a situação em que se encontrava o sistema financeiro".

"Por sua responsabilidade, destruiu um banco como o Banco Espírito Santo (BES), conduziu à destruição de um segundo banco, caso do Banif, e se não tivesse mudado o Governo gostava de saber quantos mais bancos teriam sido destruídos. Há um seguramente que teria sido destruído, a CGD, ou, pelo menos, teria sido empurrado para uma privatização que privaria os portugueses de terem um instrumento fundamental ao serviço da economia", acusou António Costa.

Na entrevista, o primeiro-ministro disse ainda que o PSD, "não contente com o seu passado de Governo na gestão do sistema financeiro, comporta-se agora na oposição com uma irresponsabilidade total, inventando casos sobre casos, falsas polémicas sobre falsas polémicas, com um único objetivo, que é ver se evita a concretização dos programas de capitalização e de reestruturação da Caixa e a execução do novo plano de negócios".

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