Aleixo: Moreira quer saber «real situação», diz PSD - TVI

Aleixo: Moreira quer saber «real situação», diz PSD

Rui Moreira (ESTELA SILVA/LUSA)

Amorim Pereira recusa que haja intenções noutro sentido, como acusam outros vereadores. Ricardo Almeida, também social-democrata, classificou de tentativa de «assassínio político» de Rui Rio a divulgação do relatório preliminar sobre o Fundo Imobiliário do Aleixo

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O vereador do PSD na Câmara do Porto Amorim Pereira recusou esta quarta-feira que, nas intenções do atual presidente da autarquia, haja «outro objetivo que não seja o apuramento da real situação financeira e legal do Fundo Imobiliário do Aleixo».

«Enquanto assim for, apoiarei todas as iniciativas que visem tudo esclarecer, apurar eventuais responsabilidades, sejam elas de quem for, indagar da legalidade dos atos praticados e, em última análise, destinadas a acautelar o erário publico e os cidadãos do Porto», disse à Lusa Amorim Pereira, que ocupou o segundo lugar da lista da candidatura do social-democrata Luís Filipe Menezes nas autárquicas de 2013.

Numa declaração escrita, o vereador diz que «até ao momento», não viu «nas intenções e na prática de Rui Moreira outro objetivo que não seja o apuramento da real situação financeira e legal das circunstâncias que envolvem o funcionamento do Fundo Imobiliário e, por essa via, a defesa dos interesses da cidade».

O vereador esteve ausente na reunião camarária pública de terça-feira, em que foi abordada a notícia do jornal «Público» sobre as conclusões do relatório preliminar da auditoria feita ao fundo constituído para demolir o bairro do Aleixo, mas lamentou hoje a «fuga de informação» de um «trabalho truncado que ninguém assume».

«Assisti com preocupação à divulgação precipitada de um relatório sobre o Fundo Imobiliário do Bairro do Aleixo. Independentemente da fuga de informação deste trabalho truncado, que ninguém assume e considero deplorável, enquanto vereador e cidadão do Porto entendo que numa causa desta importância não há lugar a declarações de fé». «Devemos aguardar serenamente a divulgação do relatório definitivo e seu contraditório», acrescenta Amorim Pereira.

Na terça-feira, Ricardo Almeida, outro dos vereadores eleitos pelo PSD na Câmara do Porto, classificou de «tentativa de assassínio político» do social-democrata Rui Rio a divulgação do relatório preliminar do bairro do Aleixo que coloca em causa a gestão do ex-autarca. «Isto é uma tentativa de assassínio de Rui Rio [presidente da Câmara do Porto entre 2002 e 2013]. Lamento a divulgação do documento e esta forma de fazer política. Daí acharmos que tem de ser feito um inquérito», frisou Ricardo Almeida.

Entretanto, a concelhia do PSD/Porto acusou já hoje a Câmara do Porto de querer «prejudicar a imagem» do anterior executivo, afirmando que «se a intenção é não concluir a demolição das torres do Aleixo» tal deve ser assumido «com transparência».

Miguel Seabra, presidente da comissão política concelhia do PSD/Porto, alega que a «fuga de informação de um documento interno da Câmara, incompleto e inconclusivo, configura claramente uma intenção política de prejudicar a imagem e o bom nome de toda a anterior equipa camarária, promovendo junto da opinião pública um julgamento de carácter contrário aos princípios de um Estado de Direito».

A edição de terça-feira do jornal «Público» revelou que «depois de receber o visto prévio do Tribunal de Contas, o fundo de investimento criado para reabilitar o Bairro do Aleixo sofreu alterações e adendas que, de acordo com uma auditoria interna da Câmara do Porto, premiaram por regra os privados em prejuízo do interesse municipal», acrescentando que o documento é «muito negativo para a gestão de Rui Rio e seguirá para o Tribunal de Contas».

A ex-vereadora da Habitação na Câmara do Porto, Matilde Alves, acusou na terça-feira o atual executivo de divulgar «com intenções claramente políticas» o relatório preliminar sobre fundo imobiliário do bairro do Aleixo que coloca em causa a gestão do ex-autarca Rui Rio.

Já o presidente da autarquia, Rui Moreira, recusou comentar o relatório por se tratar de um documento «inacabado».
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