Costa para Rio: "Não lhe reconheço autoridade para fazer julgamentos morais" - TVI

Costa para Rio: "Não lhe reconheço autoridade para fazer julgamentos morais"

  • 26 set 2019, 19:20

Esta foi a reação do primeiro-ministro às palavras do presidente do PSD, Rui Rio, que afirmou ser "pouco crível" que António Costa não soubesse nada relativamente ao caso de Tancos

O secretário-geral do PS acusou, esta quinta-feira, o presidente do PSD de ter atingido a dignidade da campanha eleitoral ao procurar envolvê-lo no caso de Tancos e afirmou que Rui Rio desiludiu quem o considerava pessoa com princípios.

Esta posição foi transmitida por António Costa numa declaração aos jornalistas, em Lisboa, depois de o líder social-democrata, em conferência de imprensa, ter considerado "pouco crível" que o primeiro-ministro não soubesse pelo seu ex-ministro da Defesa Azeredo Lopes de que havia um encobrimento sobre a forma como foram recuperadas as armas roubadas da base militar de Tancos.

António Costa não comentou o teor da acusação do Ministério Público contra Azeredo Lopes, mas fez duras críticas ao líder social-democrata, dizendo que "não é aos 58 anos" que ele, António Costa, reconhece a Rui Rio "autoridade para fazer julgamentos morais" em matéria de conduta política.

Depois, o secretário-geral do PS referiu que "ainda há dois dias todos os portugueses ouviram Rui Rio dizer que tinha como princípio fundamental não fazer julgamentos na praça pública".

Ora, eu não mudo de princípios fundamentais de dois em dois dias e há cinco anos que digo aquilo que sempre achei ao longo de toda a minha política: na justiça aquilo que é da justiça e na política o que é da política. E quem sacrifica aquilo que são princípios fundamentais dada forma de estar na vida política envergonha-se a si próprio mais do que ataca quem quer atingir", advertiu.

Mas António Costa ainda foi mais longe no seu ataque ao presidente do PSD.

A mim o doutor Rui Rio não me atingiu, mas, infelizmente, atingiu a dignidade desta campanha eleitoral e, sobretudo, temo que tenha desiludido muitos dos que entendiam o doutor Rui Rio como uma pessoa de princípios e que não muda de dois em dois dias", disse.

Segundo o secretário-geral do PS, no plano político, Rui Rio tinha "a estrita obrigação de saber" que ele, enquanto primeiro-ministro, respondeu por escrito às questões que lhe foram formuladas no âmbito da Comissão Parlamentar de Inquérito sobre Tancos.

A Comissão Parlamentar de Inquérito concluiu que nada me tinha a apontar. Mas o doutor Rui Rio devia também saber que, ao longo destes dois anos, a justiça nunca me colocou qualquer questão e, se tivesse alguma dúvida sobre o meu comportamento, tê-lo ia feito", alegou ainda o líder socialista.

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