Covid-19: Rio diz que encerramento de fronteiras com Espanha “é muito urgente” - TVI

Covid-19: Rio diz que encerramento de fronteiras com Espanha “é muito urgente”

  • AG
  • 15 mar 2020, 18:23
Covid-19 em Portugal

Social-democrata afirma que o Governo tem o seu apoio

O presidente do PSD defendeu este domingo que o encerramento de fronteiras com Espanha “é muito urgente”, e reiterou “todo o apoio ao Governo” para aumentar medidas de combate à pandemia, incluindo declarar o estado de emergência.

Numa publicação na sua conta oficial da rede social Twitter, Rio repete aquele que tem sido o princípio que defende em relação à forma de lidar com o novo coronavírus, que já infetou 245 pessoas em Portugal: “Mais vale prevenir do que remediar”.

Os primeiros-ministros de Portugal e de Espanha reúnem-se hoje, por teleconferência, para prepararem o encontro dos ministros da Administração Interna e da Saúde da União Europeia (UE) sobre o controlo sanitário de fronteiras.

Este domingo, António Costa, em Lisboa, e Pedro Sánchez, em Madrid, debateram "as ações coordenadas a tomar no seio da União Europeia e sobre a gestão da fronteira comum dos dois países", segundo um comunicado do gabinete do chefe do Governo português.

O comunicado foi divulgado no sábado, dia em que o executivo espanhol confirmou que a mulher do primeiro-ministro é um dos casos de infeção no país.

A conversa entre Costa e Sánchez serviu para preparar uma reunião, também à distância e por teleconferência, na segunda-feira, dos ministros da Administração Interna e da Saúde da União Europeia (UE) “para definir medidas de controlo sanitário nas fronteiras internas e externas” da União.

Depois da reunião, o Governo português “atuará em conformidade com os demais Estados-membros da União Europeia, mantendo até lá as medidas já adotadas relativamente a voos provenientes da China e Itália”, para onde não há ligações aéreas.

O novo coronavírus responsável pela pandemia de Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 6.000 mortos em todo o mundo.

O número de infetados ronda as 160 mil pessoas, com casos registados em pelo menos 139 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 245 casos confirmados. Do total de infetados, mais de 75 mil recuperaram.

CDS também defende fronteiras encerradas

O presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, defendeu o encerramento de fronteiras como “única forma” de controlar o avanço da pandemia de Covid-19, e pediu ao Governo para “agir de imediato e por antecipação”.

Num vídeo divulgado hoje, o líder dos centristas considerou que esta é uma “situação inédita e de extrema gravidade”, e um “momento de exceção” que “exige dos portugueses união, coragem e determinação” e dos governantes “uma liderança serena, uma voz de comando confiável, uma coordenação que não tenha medo de decidir, que faça o que é preciso e que atue por precaução”.

As medidas adotadas pelo Governo, embora importantes, têm-se revelado brandas e insuficientes. É imperioso agir de imediato e por antecipação, em lugar de responder reativamente”, salientou.

Na ótica do CDS, “impõe-se ao Governo que saiba agir em vez de reagir”, pelo que o exorta a "agir de forma competente e implacável no combate ao Covid-19” e pede “medidas drásticas e urgentes”, porque “o que está em causa é a proteção das pessoas”.

A entrada descontrolada de pessoas em território nacional é fator de propagação e contágio da doença, o encerramento de fronteiras é hoje evidente e a única forma de confinar a pandemia”, defendeu, acrescentando que o “regresso de nacionais a Portugal tem de estar sujeito a quarentena obrigatória”.

Francisco Rodrigues dos Santos falou também num “agravamento descontrolado” dos casos de contágio, para os quais o Serviço Nacional de Saúde “não está preparado”, e assinalou que “não chega limitar o ajuntamento de pessoas, é necessário garantir que o isolamento de cada um só é quebrado por razões imperiosas”.

Na mensagem, o presidente do CDS defendeu igualmente o “encerramento de todos os espaços públicos não essenciais” e a limitação de acessos aos serviços essenciais para que possam “funcionar em condições de segurança” e “preferencialmente em regime não presencial”.

Rodrigues dos Santos advogou que “as zonas geograficamente mais afetadas têm de ser isoladas e deve ser-lhes aplicado um plano de quarentena obrigatória”, e propôs que a organização dos hospitais seja “segmentada entre o combate à pandemia e as demais intervenções, com segregação absoluta de espaços e de recursos”.

A nível económico, o centrista notou que o desafio que a “frágil economia [portuguesa] enfrenta é enorme” e alertou que “a sua sobrevivência no médio prazo depende das medidas imediatas” que forem postas em prática.

Por isso, apelou a que seja posto em prática “um verdadeiro choque de tesouraria” para as pequenas e médias empresas, e a um financiamento “com a garantia pública da República Portuguesa a 100%”, notando que “as suas responsabilidade financeiras e fiscais têm de ser congeladas e o inevitável incumprimento a que estarão sujeitas não pode ser punido”.

O inevitável acréscimo de despesa pública necessária ao combate à crise não pode ter qualquer efeito no cumprimento dos critérios de convergência orçamental impostos pela Europa”, vincou também.

O líder dos democratas-cristãos defendeu igualmente “uma rede de suporte e apoio a pessoas dependes e carenciadas”, com recurso ao “envolvimento imediato de todos os meios da administração interna, designadamente para distribuição de refeições, medicamentos e difusão de informação relevante”.

O terceiro setor não pode continuar desamparado, ajudar os que ajudam a ajudar e garantir que as instituições de solidariedade chegam efetivamente a quem precisa é uma tarefa prioritária do Estado neste momento único”, acrescentou.

A nível judicial, pediu “a suspensão de todos os prazos legais, devendo o funcionamento dos tribunais restringir-se à defesa dos direitos, liberdades e garantias e risco iminente”.

O líder do CDS apelou ainda ao Governo que “tenha a coragem de agir o quanto antes, que atue com liderança e determinação, gerindo de forma criteriosa os recursos, orientando-os apenas para as tarefas essenciais do momento atual”, indicando que “é nos momentos de crise que a capacidade política” de quem governa “não pode falhar”.

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