Rio e Montenegro vão disputar segunda volta das diretas no PSD - TVI

Rio e Montenegro vão disputar segunda volta das diretas no PSD

  • MM - Atualizada às 01:11 de 12-01-2020
  • 11 jan 2020, 21:50

Os dois candidatos ficaram separados por 2534 votos. Os votos da Madeira não foram contabilizados

Rui Rio foi o mais votado nas eleições para a liderança do PSD, com 49,44%, e vai disputar uma segunda volta com Luís Montenegro, que teve 41,26%, anunciou hoje o Conselho de Jurisdição Nacional dos sociais-democratas.

"O candidato Rui Rio obteve 15.301 votos, correspondentes a 49,44% dos votos expressos. O candidato Luís Montenegro obteve 12.767, correspondentes a 41,26%, e o candidato Miguel Pinto Luz obteve 2.878 votos, correspondentes a 9,3% dos votos expressos", declarou o presidente do Conselho de Jurisdição Nacional do PSD, José Manuel Nunes Liberato.

Em conferência de imprensa, na sede nacional do PSD, em Lisboa, Nunes Liberato referiu que estes são "resultados provisórios", mas que está por apurar "um número muito pequeno" de votos, que não quantificou.

VEJA TAMBÉM:

Os estatutos do PSD estabelecem que, se nenhum dos candidatos à liderança do partido obtiver uma maioria absoluta dos votos validamente expressos, realiza-se uma segunda volta entre os dois mais votados, que está marcada para o próximo sábado, dia 18.

Votos da Madeira não foram contabilizados

O Conselho de Jurisdição Nacional do PSD não contabilizou os votos da Madeira, por estarem em desconformidade com o caderno eleitoral, mas realçou que os dados divulgados não alterariam o desfecho das eleições diretas deste sábado.

Esta posição foi transmitida aos jornalistas pelo presidente do Conselho de Jurisdição Nacional do PSD, Nunes Liberato, depois de anunciar que Rui Rio foi o mais votado nestas eleições para a liderança do partido, com 49,44% dos votos, e vai disputar uma segunda volta com Luís Montenegro, que obteve 41,26%, tendo Miguel Pinto Luz conseguido 7,3%, segundo resultados ainda provisórios.

Os resultados das assembleias de voto que reportaram irregularidades não põem em causa nem a necessidade de uma segunda volta nem a ordenação dos candidatos. Sendo assim, a segunda volta realizar-se-á no próximo dia 18 de janeiro, nos termos do regulamento, entre os dois candidatos Rui Rio e Luís Montenegro", declarou José Manuel Nunes Liberato aos jornalistas, na sede nacional do PSD, em Lisboa.

Questionado sobre os votos da Madeira, o presidente do Conselho de Jurisdição Nacional do PSD respondeu que "não foram contabilizados", porque "existe uma desconformidade entre os votos apurados na Madeira e o caderno eleitoral preparado nos termos do regulamento".

No entanto, realçou que os resultados divulgados pelo PSD regional não alterariam o desfecho destas eleições: "Com os dados que foram apurados na Madeira não seria possível ao candidato Rui Rio atingir os 50%, nem seria possível que a ordem dos dois candidatos que vão à segunda volta fosse outra".

Nunes Liberato remeteu uma decisão sobre o ato eleitoral na Madeira para o "momento próprio", salientando que "o Conselho de Jurisdição é um órgão colegial".

Miguel Pinto Luz vence na Madeira

Miguel Pinto Luz foi o candidato mais votado pelos militantes do PSD/Madeira nas eleições diretas nacionais do partido, tendo o secretário-geral regional afirmado que haverá recurso caso estes votos seja anulados ou excluídos.

De acordo com a informação disponibilizada pelo PSD/Madeira, dos 2.242 militantes inscritos, 1.712 exerceram o seu direito de voto, tendo Miguel Pinto Luz obtido 863 votos, enquanto Rui Rio reuniu 544 e Luis Montenegro 275.

Desta votação resultou ainda nove votos brancos e 21 nulos, segundo a mesma nota.

“O PSD/Madeira sublinha a sua coerência neste procedimento e informa que haverá espaço para recorrer, caso venham a ser excluídos ou anulados os votos”, declarou o secretário-geral dos sociais-democratas madeirenses.

José Prada afirmou que “em coerência com a posição assumida, desde a primeira hora, o PSD/Madeira promoveu, ao longo desta tarde, a votação dos cerca de 2.500 militantes do partido que, tendo as suas quotas pagas, tinham toda a legitimidade para exercer o seu direito de voto neste ato eleitoral”.

O responsável salientou que “pese embora toda a polémica que marcou a presente votação”, o secretariado do PSD/Madeira “manteve e reitera a defesa incondicional daqueles que são os interesses dos militantes social-democratas da Região”.

Também reafirmou “a salvaguarda da autonomia estatutária do PSD/Madeira, autonomia essa que, durante mais de 40 anos, foi sempre reconhecida pelas diferentes e sucessivas direções nacionais do partido”.

José Prada argumentou que foi esta mesma autonomia que serviu de “base para a eleição tanto dos presidentes do PSD na Região” como dos líderes nacionais do partido, “sem nunca ter sido antes posta em causa”.

O secretário-geral do PSD/Madeira lamentou que estas eleições tenham sido “desviadas do seu principal propósito” e o tratamento que foi dado aos militantes da única região do país onde o PSD resiste e se mantém na governação, ao fim de 43 anos”.

Prada recordou que “só no ano passado” o PSD alcançou três vitórias eleitorais.

Eleições envoltas em polémica

As eleições diretas nacionais do PSD ficaram hoje marcadas pela polémica que surgiu surge devido a uma divergência em matéria de contabilização do número de militantes na Madeira relacionada com o modo de pagamento das quotas.

Segundo um regulamento de quotizações aprovado pelo Conselho Nacional do partido em novembro, este só poderá ser feito por multibanco (através de referência aleatória), cheque, vale postal (apenas autorizado para militantes com 60 anos ou mais), débito direto, cartão de crédito ou MB Way.

A maioria dos militantes na Madeira paga as quotas diretamente na sede, sendo que apenas 104 cumprem os requisitos do novo regulamento.

Nesta corrida à liderança do PSD estão três candidatos, o atual presidente do PSD, Rui Rio, o antigo líder parlamentar Luís Montenegro e o atual vice-presidente da Câmara de Cascais Miguel Pinto.

O presidente do PSD/Madeira, Miguel Albuquerque também anunciou que o partido iria tomar uma posição caso os votos dos militantes madeirenses fossem rejeitados.

Por seu turno, o ex-presidente do partido e mandatário do candidato Rui Rio, Alberto João Jardim, anunciou que ia impugnar este ato eleitoral por considerar o caderno eleitoral na região “ilegal”.

 

Continue a ler esta notícia

EM DESTAQUE