Nonas eleições diretas no PSD podem obrigar pela primeira vez a uma segunda volta - TVI

Nonas eleições diretas no PSD podem obrigar pela primeira vez a uma segunda volta

  • BC
  • 9 jan 2020, 10:05
Rui Rio

No sábado a liderança do PSD será disputada por três candidatos. Se nenhum obtiver maioria absoluta, a segunda volta realiza-se uma semana depois

As eleições diretas de sábado, as nonas no PSD, podem obrigar a uma segunda volta pela primeira vez na história do partido, apesar de a regra ter sido inscrita nos estatutos sociais-democratas há oito anos.

O atual presidente do PSD, Rui Rio, o antigo líder parlamentar Luís Montenegro e o atual vice-presidente da Câmara de Cascais, Miguel Pinto Luz, são os candidatos a votos, nas primeiras diretas em que haverá uma disputa a três.

Se nenhum deles obtiver no sábado “a maioria absoluta dos votos validamente expressos”, 50%, a segunda volta realiza-se uma semana depois, dia 18, entre os dois candidatos mais votados.

A eleição direta do presidente por todos os militantes foi introduzida no PSD em 2006 pelo então líder Marques Mendes, mas só em 2012 foi colocada nos estatutos a obrigatoriedade de uma segunda volta sempre que um candidato não obtenha a maioria dos votos.

Pelo meio, as eleições mais renhidas no PSD disputaram-se, até agora, em 2008, com diferenças inferiores a dez pontos entre o primeiro e o terceiro candidatos, mas ainda sem a regra da segunda volta: Manuela Ferreira Leite foi a vencedora com 37,9% dos votos, Pedro Passos Coelho ficou em segundo com 31,06%, seguindo-se Pedro Santana Lopes com 29,6%. Em quarto lugar ficou Patinha Antão, com 0,68%.

Das oito eleições diretas já disputadas no PSD, em quatro apenas houve um candidato a líder, caso da primeira que consagrou Marques Mendes por este novo método e das três reeleições do anterior presidente, Pedro Passos Coelho.

Por duas vezes as diretas foram disputadas entre dois candidatos: em 2007, entre Marques Mendes e Luís Filipe Menezes, que o segundo venceu com uma diferença de dez pontos percentuais; e em 2018, entre Rui Rio e Pedro Santana Lopes, que o atual presidente do PSD venceu com uma diferença de oito pontos.

Desde que foram introduzidas as diretas no PSD, apenas um presidente em exercício se recandidatou e perdeu - Marques Mendes -, mas também apenas um outro se recandidatou e ganhou, Pedro Passos Coelho.

Os restantes líderes no PSD desde 2006, Luís Filipe Menezes e Manuela Ferreira Leite, saíram pelo próprio pé, o primeiro antes de completar o mandato.

Cerca de 40 mil militantes do PSD com as quotas em dia podem votar nas diretas para escolher o próximo presidente, o mais baixo universo eleitoral de sempre no partido.

Nas eleições diretas do PSD em que houve mais do que um candidato, o universo eleitoral situou-se entre os 63 mil, em 2007, e os 78 mil, em 2010, e o número de votantes mais baixo registou-se em 2007, com 39.353 (62,42%).

Nas primeiras diretas do PSD, em 05 de maio de 2006, com o candidato único Marques Mendes, foram cerca de 55 mil os eleitores, tendo votado apenas perto de 20 mil.

Em 2007, com Marques Mendes contra Menezes, subiu o universo eleitoral – para 63.042 – e o número de votantes – 39.353.

Em 2008, com quatro candidatos à liderança (Manuela Ferreira Leite, Pedro Passos Coelho, Pedro Santana Lopes e Patinha Antão) sobe novamente o número de eleitores – 77.090 – e o de votantes – 45.592.

Dois anos depois, em 2010, voltam a ser quatro os candidatos à liderança (Pedro Passos Coelho, Paulo Rangel, José Pedro Aguiar-Branco e Castanheira Barros) e regista-se o recorde no número de eleitores – 78.094 – e no de votantes em diretas do PSD, que ficam nos 51.748.

Nas eleições diretas de 2012, 2014 e 2016, Passos Coelho foi sempre candidato único e o número de eleitores rondou os 50 mil (o mais baixo até agora tinha-se registado em 2014, pouco mais de 46 mil) e o número de votantes andou perto dos 20 mil militantes.

Seguem-se os números de todas as eleições diretas disputadas no PSD, de acordo com o ‘site’ oficial do partido na Internet:

 

05 DE MAIO DE 2006 – MARQUES MENDES

 

Eleitores: 55.486

 

Votantes: 20.713 (37,33%)

 

Marques Mendes: 18.832 (90,92%)

 

 

28 DE SETEMBRO DE 2007 - LUÍS FILIPE MENEZES

 

Eleitores: 63.042

 

Votantes: 39.353 (62,42%)

 

Luís Filipe Menezes: 21.101 (53,62%)

 

Marques Mendes: 16.973 (43,13%)

 

 

31 DE MAIO DE 2008 - MANUELA FERREIRA LEITE

 

Eleitores: 77.090

 

Votantes: 45.592 (59,14%)

 

Manuela Ferreira Leite: 17.278 (37,90%)

 

Pedro Passos Coelho: 14.160 (31,06%)

 

Pedro Santana Lopes: 13.495 (29,60%)

 

Patinha Antão: 308 (0,68%)

 

 

26 MARÇO DE 2010 - PEDRO PASSOS COELHO

 

Eleitores: 78.094

 

Votantes: 51.748 (66,26%)

 

Pedro Passos Coelho: 31.671 (61,20%)

 

Paulo Rangel: 17.821 (34,44%)

 

José Pedro Aguiar-Branco: 1.769 (3,42%)

 

Castanheira Barros: 138 (0,27%)

 

 

03 DE MARÇO DE 2012 - PEDRO PASSOS COELHO

 

Eleitores: 53.270

 

Votantes: 21.412 (40,20%)

 

Pedro Passos Coelho: 20.266 (94,65%)

 

 

25 DE JANEIRO 2014 – PEDRO PASSOS COELHO

 

Eleitores: 46.430

 

Votantes: 19.711 (42,45%)

 

Pedro Passos Coelho: 17.521 (88,89%)

 

 

05 DE MARÇO 2016 - PEDRO PASSOS COELHO

 

Eleitores: 50.518

 

Votantes: 23.422

 

Pedro Passos Coelho: 22.276 (95,11%)

 

 

13 DE JANEIRO 2018 – RUI RIO

 

Eleitores: 70.692

 

Votantes: 42.655 (60,34%)

 

Pedro Santana Lopes: 19.244 (45,85%)

 

Rui Rio: 22.728 (54,15%)

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