Rio diz que a Maçonaria está “a tentar condicionar muitas coisas” no país - TVI

Rio diz que a Maçonaria está “a tentar condicionar muitas coisas” no país

  • MM
  • 30 nov 2019, 22:14
Rui Rio

Líder parlamentar e presidente do PSD falou à margem de um encontro com militantes do distrito de Aveiro

O líder parlamentar e presidente do PSD defendeu, este sábado, em Aveiro, que a Maçonaria "está um pouco por todo o lado" e a tentar "condicionar a sociedade portuguesa", atribuindo a essa organização motivações obscuras e pouco transparentes.

As declarações de Rui Rio, à margem de um encontro com militantes do distrito de Aveiro, referiam-se à entrevista de Paulo Mota Pinto publicada este sábado, no semanário Expresso, e na qual esse jurista, professor e político remeteu para o presidente do PSD mais esclarecimentos sobre os alegados "interesses obscuros", que querem dominar o partido, na sequência de declarações relativas à candidatura de Luís Montenegro à liderança do PSD.

Questionado sobre o assunto, Rui Rio admitiu perceber a referência de Paulo Mota Pinto e respondeu: "Quando estou a falar de interesses secretos, obscuros, pouco transparentes, estou-me a referir claramente à Maçonaria".

Dizendo "pressentir" que a sociedade maçónica "está um pouco por todo o lado e a tentar condicionar muitas coisas", o líder social-democrata acrescentou: "Não tenho dúvidas sobre isso. Aliás, se eu não dissesse isto, era um hipócrita. Todos nós sabemos isto e ninguém tem coragem para o dizer, mas eu digo-o".

Sobre os médicos: "Muitas vezes o PS atira dinheiro para cima dos problemas"

Também em Aveiro, o presidente do PSD defendeu que o Governo dificilmente evitará a tendência crescente para os médicos portugueses emigrarem, enquanto não aplicar a esses profissionais os mesmos aumentos remuneratórios de que beneficiaram os magistrados, já salarialmente favorecidos.

Rui Rio referiu que "o Serviço Nacional de Saúde [SNS] está longe de ser gerido como devia", e que "muitas vezes o PS atira dinheiro para cima dos problemas", sem, contudo, "otimizar os recursos disponíveis".

Para o líder parlamentar do PSD e recandidato à presidência do partido nas eleições internas de 11 de janeiro, "a questão dos médicos - e, em parte, dos enfermeiros também - tem a ver efetivamente com as condições de trabalho", o que passa muito pela remuneração salarial, "mas não só".

Rui Rio defende que o SNS vem registando "uma degradação brutal" e que "é completamente diferente um médico trabalhar num hospital bem equipado e organizado ou trabalhar num hospital que é uma barafunda total e onde faltam coisas", mas reconhece que as diferenças no tratamento salarial de diferentes classes da função pública também pesam na insatisfação do meio clínico.

Relacionando o exemplo dos médicos com o dos magistrados judiciais e do Ministério Público, o líder social-democrata explica: "O Governo está numa posição difícil para agora chegar aos médicos e dizer que não há dinheiro [para aumentos salariais]. Há dinheiro para os que já ganham mais e não há para os que ganham menos?".

Argumentando que a gestão da problemática salarial da função pública tem de ser tratada "de forma justa e equilibrada", Rui Rio critica: "O que este Governo e o anterior fizeram foi aumentar de forma forte os magistrados, que já ganhavam mais do que todas as demais carreiras, e agora ainda vieram ganhar mais".

O presidente do PSD reprova ainda que esse aumento remuneratório se verifique com recurso "a um subsídio que nem sequer IRS paga", o que representa para os magistrados um benefício fiscal que mais "ninguém tem".

Rui Rio disputará com Luís Montenegro e ainda com Miguel Pinto Luz a presidência interna do PSD, em eleições a realizar no próximo dia 11 de janeiro.

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