Rio diz que Governo tem dois pesos e duas medidas, Costa acusa Rio de "obsessão contra a Justiça" - TVI

Rio diz que Governo tem dois pesos e duas medidas, Costa acusa Rio de "obsessão contra a Justiça"

  • Sofia Santana
  • atualizada às 22:41
  • 16 set 2019, 22:01

Rui Rio acusou António Costa de ter dois pesos e duas medidas no que toca à forma como o Governo tratou os professores e os juízes. No frente a frente entre os dois líderes partidários Rio criticou ainda a lentidão dos processos mediáticos nos tribunais e o estado em que se encontra o Serviço Nacional de Saúde. Costa rejeitou a ideia de que o SNS esteja pior e disse que o Governo socialista repôs "tudo o que tinha sido cortado" na Saúde

Rui Rio acusou António Costa de ter dois pesos e duas medidas, referindo-se à forma como o Governo tratou os professores e os juízes. No frente a frente entre os dois líderes partidários, esta segunda-feira, Rio afirmou que o mesmo Governo que disse aos professores que não podiam ganhar nada foi aumentar os juízes. Na resposta, Costa acusou Rio de ter “uma obsessão contra a Justiça”.

Os juízes foram ganhando mais e os professores foram perdendo”, atirou Rio.

E exemplificou: "Um professor que chegue ao topo da carreira, se o filho for para juiz, ganha menos que o filho que é juiz estagiário".

O presidente do PSD admitiu que a “margem para reconhecer as carreiras dos professores em salário é muito escassa", mas reiterou que poderão ser negociadas outras soluções para os docentes como a antecipação de reformas.

Na resposta, Costa frisou que Rio "tem uma obsessão contra a Justiça". "Eu acho que é necessária uma Justiça forte", acrescentou.

Quanto aos professores, afirmou: "Nós devolvemos aos professores o que prometemos: descongelar as carreiras. Hoje, grande parte dos professores já progrediu e até 2023 todos os professores progredirão em média dois escalões."

O verdadeiro respeito mostrado pelso professores foi o reforço da autonomia das escolas e a flexibilização curricular; foi a maior prova de confiança para conduzirem todo o processo educativo e combaterem o insucesso escolar", acrescentou o secretário-geral socialista.

 

"Qual é a autoridade moral deste regime sobre o Estado Novo quando faz uma coisa destas?

Ainda no âmbito da Justiça, Rio criticou a lentidão com que correm processos mediáticos como o que envolve o antigo primeiro-ministro José Sócrates e o do caso BES.

"Os julgamentos fazem-se nas tabacarias e nos ecrãs. São julgamentos populares. Isto é digno de uma democracia? As pessoas não podem ser penduradas em praça pública como tem acontecido", afirmou.

E foi mais longe, questionando: "Qual é a autoridade moral deste regime sobre o Estado Novo quando faz uma coisa destas? Isto não é aceitável!".

O ministro das Finanças vai ao futebol e fazem-se buscas no ministério das Finanças. Isto tem jeito algum? É contra isto que eu estou", acrescentou.

Na resposta, o secretário-geral do PS afirmou que "só quem conhece os processos por dentro sabe do seu grau de complexidade", mas contra-atacou, afirmando que "não é propondo que se altere a composição do Conselho Superior do Ministério Público que se vai resolver este problema".

 

"Quando se diz que o SNS está pior do que há quatro anos, não é verdade"

 

Sobre a Saúde, Rio afirmou que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) está pior agora do que há quatro anos e que isto acontece porque "há muita ineficiência na gestão".

As pessoas quando se dirigem ao SNS veem a situação em que o SNS se encontra. Agora até faltam medicamentos. A dívida a fornecedores aumentou, há muita falta de gestão. Há muita ineficiência na gestão do SNS."

"O investimento executado foi melhor nestes quatro anos, mas depois há as cativações", acrescentou o presidente do PSD.

Costa rejeitou a ideia de que o SNS está pior e disse que o Governo socialista repôs "tudo o que tinha sido cortado". 

Quando se diz que o SNS está pior do que há quatro anos não é verdade, quando se diz que não está onde queremos que esteja é verdade", destacou.

E argumentou com números: o scretário-geral socialista disse que há "mais 11.000 profissionais no SNS, mais 7000 consultas nos cuidados primários, mais 20.000 consultas nos hospitais".

 

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