Rio: nenhum dia é morno quando termina na Malafaia - TVI

Rio: nenhum dia é morno quando termina na Malafaia

Se em Barcelos a população não percebeu a escolha do dia e da hora, Viana do Castelo foi palco da arruada da “vitória” com Rio a subir à varanda antes de tocar bombo na Malafaia

“Viana é amor”, já assim diz a canção, e hoje foi isso que Rui Rio sentiu pela Rua Manuel Espregueira. Depois de uma arruada morna, quase fria pelas ruas de Barcelos, foi na cidade das Romarias que o PSD mais gente juntou.

A arruada até começou atrasada, mas os bombos e as concertinas do Grupo de Bombos das Montanhas trataram de animar quem por Rio esperava em frente à sede do partido em Viana. 

Assim que o líder social democrata chegou, a dança parou e, com a ajuda da Juventude Social Democrata – que, por vezes, torna a tarefa de ouvir o que Rui Rio vai dizendo pelas ruas um pouco mais difícil – os gritos por Rui Rio e pelo PSD inundaram Viana.

De sorriso no rosto e ladeado pelos membros da distrital, o antigo presidente da Câmara do Porto arrastou a multidão rua abaixo, parando aqui e ali para entregar “mais um lápis” e pedindo para a gente da terra se lembrar de votar no PSD no dia 6 de outubro.

"Estava à espera de uma grande mobilização. Sabe que eu em Viana não estou em casa mas estou quase em casa. Sou do Porto mas não tenho uma costela de Viana, tenho muitas costelas de Viana", afirmou.

E talvez por ter tantas costelas de Viana, Rui Rio sentiu-se de tal forma em casa que subiu à varanda para saudar o “rio laranja” que o seguia e que o brindou com gritos de “vitória”.

Rui Rio em Viana do Castelo

Não há espaço para morno no Minho

No que ao Minho diz respeito, o morno é coisa que não lhe apraz. E a prova disso foi o Arraial da Malafaia. Rui Rio passou por lá cerca de uma hora, mas o suficiente para sentir bem de perto o calor da gente minhota.

À chegada foi recebido por um rancho, mas a cantoria foi rapidamente abafada pelos gritos “PSD! PSD!” que se fizeram ouvir assim que a multidão percebeu que o presidente social democrata tinha chegado. Assim como foi difícil para Rio chegar à mesa onde iria ouvir os discursos antes dele próprio falar. 

O discurso começou pouco passava das 21:00 e foi pautado por interrupções musicais proporcionadas pela banda residente do espaço em Esposende. 

Num tom divertido, Rui Rio garantiu que não estava ali para tocar bateria nem para demorar muito tempo, uma vez que a audiência que ali estava deveria estar com fome.

Repetindo algumas das medidas que já tem falado ao longo da campanha, o presidente do PSD não resistiu a voltar a um dos temas do dia: Centeno.

Depois de ter desafiado o ministro das Finanças a debater com o professor Joaquim Sarmento e este ter recusado, Rui Rio garantiu que haverá um candidato disponível para debater com Centeno, não importa as vezes que este recuse o nome sugerido.

“O professor Álvaro Almeida, candidato pelo Porto, já está disponível para debater com Mário Centeno. Vamos ver, este começa por A, se ainda não servir passaremos a alguém cujo nome comece por B a ver se ele aceita”, atirou.

E deixando Centeno de lado, Rui Rio conseguiu uma ovação das cerca de 2.500 pessoas que estavam no arraial minhoto quando afirmou que, se formar Governo, quem mandará na saúde será o ministro do setor e não o das Finanças, como diz acontecer no atual Governo socialista com Mário Centeno.

"E fica aqui uma promessa, esta é que é mesmo uma promessa: face à situação em que está o Serviço Nacional da Saúde eu vos garanto que, se nós ganharmos as eleições e fizermos Governo, quem vai mandar na saúde vai ser o ministro da Saúde e não o ministro das Finanças", assegurou.

E antes de descer do palco, houve ainda tempo para voltar a atacar o PS - hoje os três C's não se escaparam - e de acusar o partido de António Costa de se comportar "como dono disto tudo" em relação ao Estado quando está no Governo. E foi mais longe, deixando mesmo um ataque particular ao presidente do PS, Carlos César, por causa do familygate.

"Esse fenómeno familiar começa, aliás, no presidente do PS: o deputado Carlos César é o campeão a conseguir meter os seus familiares nos cargos públicos", acusou, acrescentando que “pulverizar o Estado de ‘boys’ e ‘girls’” é uma característica de o PS a governar.

“O PS a governar toma o Estado como se fosse seu e como se fosse a sua família”, criticou.

Fim de discurso, hora do momento da noite. Sem bateria, pois claro, que o aviso já tinha sido feito. Mas à entrada dos tradicionais cabeçudos, Rui Rio não resistiu e virou o homem do bombo antes de abandonar a Quinta da Malafaia. Estava feito o dia e o líder do PSD abandonou o Minho de sorriso nos lábios.

Esta terça-feira, a caravana social democrata ruma ao distrito de Viseu e termina com o primeiro jantar-comício desta campanha eleitoral.

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