Rio sem ver razões para se zangar com Silva Peneda nem para falar de "questões internas" - TVI

Rio sem ver razões para se zangar com Silva Peneda nem para falar de "questões internas"

  • 22 jun 2018, 20:39
Rui Rio

Líder do PSD diz respeitar opinião do antigo ministro que sugeriu apoio social-democrata ao próximo Orçamento. Quanto ao voto parlamentar pela abolição do adicional ao ISP fica reservado

O presidente do PSD disse esta sexta-feira que o coordenador do Conselho Estratégico Nacional do partido para a área da Solidariedade e Sociedade de Bem-Estar tem o direito a dar a sua opinião, não estando “minimamente zangado” com ele.

Eu recuso-me a liderar um partido em que eu meto, digamos, uma rolha na boca das pessoas e as pessoas não podem falar, desde que as pessoas de forma genuína e sincera deem a sua opinião sobre o que quer que seja, eu acho que o 25 de abril se fez para isso, para as pessoas poderem falar”, afirmou Rui Rio, durante uma conferência de imprensa, no Porto, sobre a reforma na zona euro, quando questionado pelos jornalistas sobre as últimas declarações de Silva Peneda.

Na quinta-feira, em entrevista ao jornal Público e à Rádio Renascença, o coordenador do Conselho Estratégico Nacional do PSD para a área da Solidariedade e Sociedade de Bem-Estar afirmou que se o BE e o PCP não viabilizarem o OE – o que acredita que vai acabar por acontecer – “está na mão do PSD fazer cair o Governo ou não”.

Sou a favor da estabilidade política e acho que os mandatos devem ser cumpridos. É esta a minha leitura", afirmou o antigo ministro do Emprego de Cavaco Silva.

A entrevista de Silva Peneda gerou algumas reações críticas nas redes sociais dentro do PSD, casos do ex-vice-presidente da bancada social-democrata Carlos Abreu Amorim – que pediu a Rui Rio para esclarecer a sua posição – ou do antigo secretário-geral dos Trabalhadores Sociais-Democratas, Arménio Santos, que considerou “impensável” uma eventual viabilização do Orçamento.

Eu não estou minimamente zangado com o doutor Silva Peneda, ele tem o direito de dar a sua opinião”, frisou.

O social-democrata vincou que é a opinião dele, não querendo dizer que seja a sua, a qual já a deu em público “duas ou três vezes”, acrescentando que o PSD não é “nenhum partido monolítico”.

Estranho muito que de cada vez que uma pessoa de forma sincera diga o que pensa a Comunicação Social, que devia defender a liberdade de expressão, venha aproveitar isso para dizer que há dessintonias. Há uma pessoa que, sinceramente, deu a sua opinião e eu posso concordar ou discordar, agora quando é mentira, com maldade ou para insultar aí veem-me do avesso, quando é de forma sincera eu acho que devemos viver num país onde as pessoas tem completa liberdade de expressão”, referiu.

Sobre o próximo Orçamento de Estado, Rui Rio recordou que o documento ainda não existe, logo não tem opinião sobre algo que não existe.

Será muito difícil que o PS consiga apresentar um orçamento que esteja de acordo com o PSD porque, ao cabo de todos estes anos, foi apresentado orçamentos numa dada linha encostada à esquerda, tendo de fazer uma volta muito grande para poder apresentar um orçamento ao contrário, mas o documento nem sequer existe, lá estaremos para ver”, salientou.

Sem comentários

Confrontado com o voto do grupo parlamentar do PSD a favor do projeto do CDS-PP sobre combustíveis, o presidente do PSD salientou que não fala sobre “questões internas” do partido “em circunstância nenhuma”.

Não lhe vou falar sobre nenhuma questão interna do PSD, em circunstância nenhuma. Não vou falar sobre questões internas do partido em público, não vou”, vincou Rui Rio, durante uma conferência de imprensa, no Porto, dedicada à reforma da zona euro, tema principal da ordem de trabalhos do Conselho Europeu da próxima semana.

Já sobre o facto de o secretário-geral do PSD ter anunciado que Rui Rio e o líder parlamentar vão almoçar “nos próximos dias” para articularem estratégias, o presidente do partido afirmou que não ia fazer comentários sobre o assunto.

Não vou fazer nenhum comentário sobre isso”, frisou, depois de questionado pelos jornalistas.

O secretário-geral do PSD afirmou hoje que o presidente do partido e o líder parlamentar vão almoçar “nos próximos dias” para articularem estratégias, manifestando-se convicto de que a tensão gerada devido ao tema dos combustíveis “vai ser ultrapassada”.

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