Rio sobre saída de Centeno: "Só não acerto no Totoloto" - TVI

Rio sobre saída de Centeno: "Só não acerto no Totoloto"

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  • Publicado por MM - Atualizada às 20:37
  • 9 jun 2020, 17:15
Rui Rio

Presidente do PSD diz que já tinha previsto a saída do ministro das Finanças e considera que "terminou sem sondições"

O presidente do PSD, Rui Rio, afirmou esta terça-feira que previu a saída de Mário Centeno do Governo na discussão do programa do executivo, e considerou que o ministro das Finanças "começou a prazo e terminou sem condições".

Na altura disse-o para memória futura. Esse futuro chegou! É o presente de hoje. Só não acerto no Totoloto... ", afirmou Rui Rio, numa publicação na rede social Twitter.

A publicação tem um link para um vídeo elaborado pela PSD TV, no qual se recuperam imagens do programa de Governo em 30 de outubro de 2019: na altura, Rio questionou o primeiro-ministro se poderia garantir que Centeno estava de "pedra e cal" e não iria sair do executivo "quando terminar a presidência do Eurogrupo e ao mesmo tempo o mandato do atual governador do Banco de Portugal", ambos em meados de julho.

O vídeo intitulado "O ministro começou a prazo e terminou sem condições", recorda depois declarações de 13 de maio de Rio, após a polémica sobre o Novo Banco, em que o líder do PSD defendeu que Mário Centeno já não tinha condições para continuar no Governo, alegando que "não foi leal" ao primeiro-ministro.

"Despromoção" de Centeno

Também esta terça-feira, mas mais tarde, no Fundão, Rui Rio voltou a falar do assunto e considerou que a saída de Mário Centeno do Governo ocorre de forma inglória e confirma que "algo estava bastante mal" entre o ministro das Finanças e o primeiro-ministro.

Eu que já ando na política há uns anos percebi que não estava tudo bem. Não sei se as pessoas, se os portugueses de um modo geral, se deixaram enganar, achando que estava tudo bem. Era notório que não estava e a coisa acabou desta forma. E acaba desta forma relativamente inglória", afirmou.

Rui Rio falava no Fundão, distrito de Castelo Branco, à margem de uma visita que realizou a um pomar de cerejeiras que foi profundamente afetado por uma trovoada que ocorreu no dia 31 de maio e pelas condições meteorológicas adversas de final de março e abril.

Rio defendeu que Centeno abandona o governo de forma "relativamente inglória", dado que a saída foi divulgada antes mesmo da divulgação do Orçamento Suplementar, e o ministro cessante já não irá ao parlamento defender o documento.

Isto não faz sentido. É uma pressa que demonstra que algo de bastante mal está ali, pelo menos entre o ministro/Ministério das Finanças e o primeiro-ministro", sustentou.

O presidente do PSD também ressalvou que este alegado desentendimento já se fazia sentir há algum tempo e salientou que o desenlace se estava a desenhar desde a tomada de posse.

Para Rui Rio, nesse momento, ficou patente uma "despromoção" de Mário Centeno, isto apesar de na campanha eleitoral o PS ter colocado o próprio no papel de "Cristiano Ronaldo das Finanças".

Não sei porque é que o ex-ministro aceitou essa despromoção, menos sei porque é que o primeiro-ministro o despromoveu", apontou, acrescentado esperar que isso não signifique uma vontade de governar de forma "mais laxista".

O Presidente da República aceitou hoje a exoneração de Mário Centeno como ministro de Estado e das Finanças, proposta pelo primeiro-ministro, e a sua substituição por João Leão, até agora secretário de Estado do Orçamento, com a tomada de posse marcada para segunda-feira.

 

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