‘Vice’ do PSD “tira chapéu” a Rio e avisa que "quem mais cede é quem mais ganha" - TVI

‘Vice’ do PSD “tira chapéu” a Rio e avisa que "quem mais cede é quem mais ganha"

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  • 5 set 2018, 13:50
Rui Rio

Salvador Malheiro elogia líder do partido pela "humildade" de assinar acordos com o Governo em nome do interesse nacional

O vice-presidente do PSD Salvador Malheiro elogiou hoje o líder do partido, Rui Rio, pela “humildade” de assinar acordos com o Governo em nome do interesse nacional e defendeu que, “por vezes, quem mais cede é quem mais ganha”.

Confio muito e tiro o chapéu à humildade do presidente do nosso partido de estar a colocar verdadeiramente o interesse do país acima de tudo, dizendo e mostrando que é tão importante o líder do governo como é o líder da oposição quando estão em causa interesses nacionais”, afirmou Salvador Malheiro, numa ‘aula’ na Universidade de Verão do PSD sobre “Energia e Clima 2030”.

O vice-presidente do partido defendeu que “o país precisa de compromissos e reformas estruturais”, também no setor energético, e elogiou os compromissos já assinados por Rui Rio com o Governo.

Por vezes quem mais cede é quem mais ganha. Temos de olhar para o futuro com esperança, que só pode existir se tomarmos atitudes sérias e corretas”, alertou, salientando que “o povo português está atento e gosta” desta forma de fazer política.

Na fase das perguntas, um aluno elogiou o trabalho do também presidente da Câmara de Ovar, que vai a meio do seu segundo mandato, vaticinando que “ele ia ser o próximo ministro do Ambiente”, mas Salvador Malheiro rejeitou a previsão.

“Tenho a certeza que vamos ganhar as eleições, não tenho certeza nenhuma quem vai ser o próximo ministro do ambiente”, disse, assegurando que não troca o cargo de autarca “por qualquer coisa, mesmo por nada”.

Na conferência, o vice-presidente do PSD acusou o Governo de estar “coartado” no desenvolvimento das políticas de energia por ser apoiado por “partidos de extrema-esquerda” referindo-se ao BE e ao PCP.

“Aquilo que está na cabeça desses partidos é simplesmente a nacionalização do setor elétrico, a nacionalização do setor da água e do setor dos resíduos”, apontou.

Salvador Malheiro, doutorado em Ciências para a Engenharia, no ramo de Energia, Térmica e Combustão, questionou ainda a forma como está a ser preparado o Plano Nacional de Energia e Clima 2030.

“O plano nacional vai ser um documento feito à pressa, por meia dúzia de sábios, não vai ser estruturante para o nosso país e não vai responsabilizar governos futuros”, criticou.

Fazer de Portugal “um território mais sportinguista, mais verde, mais descarbonizado” foi um dos objetivos que apontou para o país, tendo respondido de forma cautelosa a uma pergunta sobre a eventual exploração de petróleo no Algarve.

“Devemos tentar o máximo de fontes energéticas disponíveis para o país, mas que não coloque em causa a questão do petróleo. Se não, nem petróleo, nem turistas, há que ter bom senso para ter a melhor solução possível”, afirmou.

O vice-presidente do PSD apontou como “boa” a anunciada intenção do Governo de descer os passes sociais para incentivar a mobilidade, mas desde que se “aplique a todo o território e não apenas às cidades mais populosas”.

Na terça-feira, o presidente do PSD, Rui Rio, criticou a intenção do Governo de financiar através do Orçamento do Estado os passes sociais nos transportes públicos, que considerou uma "medida avulsa", e acusou o executivo de ter em vista o "efeito eleitoral brutal" daquela iniciativa.

Sobre os elevados custos da energia em Portugal, Salvador Malheiro considerou que “mexem com a competitividade nacional”.

“O Governo não tem avançado com o plano nacional de energia e clima porque está mais preocupado em distanciar-se dos erros que aconteceram no passado, designadamente com a governação de Manuel Pinho [ex-ministro da Economia] neste setor”, acusou.

Questionado se o PSD concorda com as reivindicações de BE e PCP pela descida da taxa do IVA da eletricidade, Salvador Malheiro sublinhou que a colocação na taxa máxima aconteceu num "período excecional", quando Portugal assinou o memorando com a 'troika'.

"A questão que se coloca é porque é que a redução da taxa de IVA não aconteceu anteriormente, estamos já com três anos com ajuda externa fora do nosso país", sublinhou.

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