Entre palmas e abraços, o candidato presidencial chegou ao palco para agradecer a quem ali estava, mas rapidamente cedeu lugar a Ana Catarina Mendes que não se fez de rogada ao pedir aos setubalenses que “votem em massa” no próximo domingo para derrotar Marcelo Rebelo de Sousa.
Nóvoa: Ana Catarina Mendes apela às gentes de Setúbal para que "votem e derrotem o candidato da direita nas presidenciais" #campanhatvi24
— Andreia Miranda (@mirandandreia) 18 janeiro 2016
Mesmo reconhecendo que a direita poderá conseguir “mais votos” numa primeira volta, a secretária-geral adjunta do PS mostrou-se confiante numa segunda volta com Sampaio da Nóvoa a enfrentar Marcelo, o candidato que fará a esquerda unir-se para derrotar o “verdadeiro adversário, um Presidente da direita”.
"A direita uniu-se para tentar eleger Marcelo Rebelo de Sousa. Por isso, ele será, com toda a probabilidade, quem mais votos tem na primeira volta. Nada de surpreendente ou inultrapassável. Foi assim que sucedeu com Freitas do Amaral".
'Fast food' chega à campanha
Mas o ataque a Marcelo Rebelo de Sousa não se ficou por aqui e, num discurso que no final foi aplaudido de pé, Sampaio da Nóvoa usou um novo termo para classificar a candidatura do adversário: fast food.
“O voto nesse candidato seria uma espécie de solução fast food: a coisa já vem empacotada, com rótulo e publicidade, mas conhece-se mal o que está lá dentro. E o pior vem depois: a comida sabe pior, faz pior e, a médio prazo, tem mesmo tudo para ser uma desgraça. A pressa é quase sempre má conselheira. A ‘fast food' não é a comida que defendo”.
Palmas e mais palmas para o candidato que se voltou a mostrar convicto numa segunda volta, mesmo tendo partido em desvantagem no que diz respeito à visibilidade mediática.
"Há muito caminho a percorrer para derrotar alguém que passou uma vida na televisão a falar sem contraditório. (...) No domingo, quando estivermos a conhecer os resultados das eleições e tivermos a certeza que passamos à segunda volta, nesse dia, partiremos os dois da mesma a linha de partida. Aí, as eleições serão mais justas e a vitória será nossa com toda a certeza".
Antes de Sampaio da Nóvoa subir ao palco, discursaram o ministro-adjunto Eduardo Cabrita e Vítor Loureiro. O ministro deslocou-se esta segunda-feira a Setúbal “como cidadão” para apoiar o seu antigo reitor e foi pegando nos tempos da Universidade de Lisboa, que Cabrita afirmou que apenas confia em Sampaio da Nóvoa para ser o próximo chefe de Estado do país.
"Precisamos de um Presidente como Sampaio da Nóvoa, que sabe ouvir e que sabe falar no momento adequado, sabe ter a palavra adequada para a formação do lugar próprio da Presidência da República no nosso sistema político".
Por sua vez, Vítor Ramalho, histórico socialista, afirmou que a candidatura à presidência da República não tem de implicar os partidos uma vez que representa a candidatura ao "único órgão de soberania unipessoal", respondendo assim às palavras de Maria de Belém.
"É suposto que quem se apresenta à candidatura é a pessoa, não os partidos. Isto não são eleições legislativas. É estranho uma pessoa que quer defender a Constituição, não saber o que diz a Constituição”.
O nono dia de campanha de Sampaio da Nóvoa começou nos Açores, mas rapidamente viajou para o continente. Já em Lisboa, o candidato rumou a Sintra, para visitar o quartel dos Bombeiros Voluntários de São Pedro de Sintra - acompanhado por Edite Estrela (que tem o seu nome gravado num dos carros de combate a incêndio daquela corporação), Gabriela Canavilhas e Correia de Campos - antes de rumar ao Cacém para uma pequena arruada na Avenida dos Bons Amigos, onde até uma espécie de selfie tirou.
Jerson para Sampaio da Nóvoa para tirar uma foto com ele. "Faço anos a 31 de janeiro, ainda não voto" #campanhatvi24 pic.twitter.com/vrRB5axDNa
— Andreia Miranda (@mirandandreia) 18 janeiro 2016
Esta terça-feira, a caravana SNAP volta a rumar à margem sul do Tejo, com uma visita à Lisnave.