Santana quer Lisboa «a funcionar» - TVI

Santana quer Lisboa «a funcionar»

Santana Lopes em entrevista - Foto Lusa

Ex-edil da capital quer acabar o que começou e outros «pararam»

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Actualizado às 22h39

Se vencer as eleições autárquicas no dia 11 de Outubro, Santana Lopes quer, rapidamente, «Lisboa a funcionar». «Num brinquinho, como dizia a minha avó», explicou. Com o slogan «Lisboa com sentido», acusou a actual equipa de governar a cidade «sem nexo, com preconceito, com submissão e sem verdade».

Pedro Santana Lopes apresentou, esta quarta-feira, a sua «candidatura» de coligação à Câmara Municipal de Lisboa (CML), junto ao jardim do Arco Cego, perante cerca de mil pessoas. Chegou meia hora depois da hora prevista, 19h30, mas foi recebido de pé por todos os que o aguardavam.

As maiores críticas foram dirigidas a António Costa, mas o seu nome nunca foi claramente pronunciado. Antes de subir ao palco, foram mostrados dois vídeos: um a enumerar as obras realizadas e o trabalho cumprido pelo agora deputado do PSD, enquanto esteve à frente da autarquia, e o segundo por comparação, «as obras não realizadas e as promessas não cumpridas» do dirigente socialista.

«Sem nexo»

No «entendimento» de Santana Lopes, Lisboa «tem sido governada sem nexo, com preconceito, com submissão e sem verdade». As obras no Terreiro do Paço espelham a falta de sentido pela ausência, por exemplo, de «estudos de tráfego, impacto ambiental ou, até, simples discussão».

A «submissão ao Governo» e a cedência está presente na imposição de um novo aeroporto, que Santana Lopes não recusa desde que a Portela não seja encerrada. Na Terceira Travessia do Tejo, que o candidato não quer que tenha trânsito rodoviário.

Na criação, com aval do executivo de Sócrates, da Sociedade Frente Tejo, «que não tem nenhum membro da câmara e a quem entregaram poderes sobre território sagrado da cidade» e contra a qual lutará «para ser extinta». Ou ainda, na questão do alargamento do espaço para contentores em Alcântara que era «urgente», mas que após a luta de um movimento de cidadãos, já só será «daqui a 20 anos».

E o preconceito? «Estive o mesmo tempo na autarquia» que a actual equipa e o seu preconceito revela-se quando optaram, por exemplo, «por não pôr a funcionar todas as piscinas feitas. Não estão habituados a fazer tanta obra em pouco tempo», ironizou.

Já a «falta de verdade» está nas contas da autarquia e deixou a todos um desafio: «Todo o actual passivo bancário da CML é da responsabilidade de decisões tomadas pelo PS. E quem não acredita, que investigue as contas nas próximas semanas».

«Assumo o que fiz»

«Mais do que um recandidatura, esta é uma candidatura, porque trago novas ideias e novas pessoas», afirmou Santana Lopes. Mas fez questão de frisar que: «Assumo o que fiz e tenho muito orgulho no meu trabalho».

Ao fim de poucas palavras não foi difícil encontrar pontos comuns com a sua anterior gestão: o Parque Mayer e a Feira Popular são apenas dois exemplos que regressaram ao discurso e são para concluir. «O dinheiro do Casino, tal como definido, será utilizado para reconstruir o Parque Mayer e fazer equipamentos culturais».

E o polémico túnel do Marquês de Pombal terá continuidade, tal como inicialmente pensado, mas não concretizado em projecto. Esse «novo» plano foi dado a conhecer esta quarta-feira. «Haverá um desnivelamento na Avenida Fontes Pereira de Melo» para nascer um túnel até ao Saldanha. «Mas esta obra não será para já, a prioridade serão os apoios sociais para quem mais precisa, neste tempos de crise», garantiu Santana Lopes. «Até porque», acrescentou, concorda com a sua líder «que não é tempo de grandes investimentos e obras».

«Reabilitar os edifícios de Lisboa para repovoar a cidade; mais trabalho nos bairros sociais; procurar eficácia energética; acabar com as barreiras arquitectónicas; mais mobilidade; acabar com o caos no trânsito» foram outras ideias defendidas por Santana Lopes.

Presentes na cerimónia estiveram notáveis do PSD e CDS, incluindo os líderes: Manuela Ferreira Leite do PSD e Paulo Portas do CDS-PP.
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