Santana remete para outubro eventual candidatura a Belém - TVI

Santana remete para outubro eventual candidatura a Belém

«Aqui há uns anos preferia o poder, hoje tornei-me muito desprendido e relativizo muito as coisas. Já soube o que é ter muito poder e ficar sem nenhum.»

Só depois das legislativas, o atual provedor da Santa Casa da Misericórdia anuncia a decisão

O antigo primeiro-ministro Pedro Santana Lopes remeteu esta terça-feira uma eventual candidatura a Presidente da República para depois das eleições legislativas, em outubro, declarando que «todas as razões apontam para esperar» por essa altura.

«Tudo aponta para que esta matéria das presidenciais cada vez mais deslize para depois de outubro, como muitos queriam […]. Acho que sim [que vou esperar por outubro]. Tenho defendido sempre e continuo a pensar que em tese deve ser assim, que as presidenciais devem-se misturar o menos possível com as legislativas», declarou Santana Lopes na Sic Notícias, no espaço semanal de comentário que partilha com antigo ministro socialista António Vitorino.

Apesar de insistir que a altura mais conveniente para eventualmente avançar com uma candidatura a Belém seria março ou abril, o social-democrata, apontado como possível candidato às eleições presidenciais de 2016, referiu que há fatores a condicionar a decisão.

Desde logo o facto de ainda não se saber se PSD e CDS-PP concorrem coligados às eleições legislativas em outubro deste ano: «Agora temos que ir à coligação. Deve haver coligação ou não? É um tema sobre o qual será muito bom refletir-se, ponderar-se. Há muitas dúvidas sobre isto».

Mas há também a situação na Europa, avançou Santana Lopes, e as questões levantadas pela vitória do Syriza na Grécia, que agora estão em cima da mesa, não «de um modo dramático, mas muito exigente», que aconselha que todos repensem «os propósitos» que tinham.

«Todas as razões apontam para que cada um de nós possa esperar por outubro, esperar por depois legislativas e a partir desse momento todos somos cidadãos livres e iguais com mais de 35 anos», declarou o atual provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

Santana Lopes admitiu, no entanto, que o calendário se complica.

«Continuo a pensar é que há muito pouco tempo, depois de outubro até janeiro, para uma campanha presidencial como deve ser. Mas, isso… nós temos que nos sacrificar em prol do interesse coletivo», disse.

Ainda assim, para Santana Lopes, esperar por outubro tem a virtude de «acalmar muitas pessoas que estavam agitadas».

«Assim acaba o nervosismo dos que diziam assim: pode haver quem ganhe vantagem por se lançar em março ou abril. Não. Assim ficamos todos iguais», afirmou.

Em dezembro, no seu comentário semanal na TVI, Marcelo Rebelo de Sousa, igualmente apontado como presidenciável à direita em 2016, afirmou que outubro seria o timing certo para a apresentação de uma candidatura.

Na altura, Santana Lopes, no mesmo espaço de comentário onde adiou uma hipotética candidatura para outubro, criticou a visão do calendário eleitoral de Marcelo Rebelo de Sousa, afirmando que outubro seria «muito tarde». Esta terça-feira, Santana Lopes defendeu a virtude de as pessoas poderem alterar o que pensavam, admitindo que atualmente pensa de forma diferente.

Santana Lopes fez ainda um voto de silêncio sobre a matéria para os próximos meses: «Até outubro, não sei qual vai ser o dia das eleições, sobre presidenciais não falo mais. Nem penso nisso».

 
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