O ministro dos Assuntos Parlamentares considerou esta sexta-feira intolerável que continue o que considerou ser uma «campanha negra», através da «violação do segredo de Justiça», contra o primeiro-ministro, depois dos esclarecimentos da PGR sobre o caso Freeport, refere a Lusa.
«Não me parece que seja tolerável para um qualquer democrata que depois da Procuradoria-geral da República ter esclarecido o essencial, que o primeiro-ministro não está sujeito a qualquer investigação e ter esclarecido que as supostas notícias eram falsas, que se persista em conduzir uma campanha (¿) que implica a violação de segredo de justiça e a tentativa de instrumentalização», afirmou Santos Silva, em declarações aos jornalistas, no Parlamento.
O ministro dos Assuntos Parlamentares, que disse falar «na qualidade de cidadão que ocupa cargos públicos», manifestou «indignação» e considerou ser sua «obrigação» «denunciar a tentativa de pôr a democracia portuguesa refém de campanhas negras».
A expressão «campanha negra», já utilizada quinta-feira pelo primeiro-ministro, José Sócrates, afirmou, «significa que se procura substituir a confrontação de propostas e linhas políticas pelas insinuações e pelos ataques de carácter baseados em factos falsos».
Instado a esclarecer a quem se referia quando mencionou a existência de uma «campanha política negra», Santos Silva disse que descobrir isso caberá às instâncias judiciais.
«Não me posso substituir à investigação judicial», afirmou, insistindo que «a democracia não deve conviver com formas de luta política que utiliza como arma a violação sistemática do segredo de justiça».
Santos Silva frisou ainda que pode ser forjada a carta anónima que deu início ao processo: «Há informações públicas nunca desmentidas de que essa denúncia anónima foi fabricada e não é tecnicamente anónima», afirmou.
«O que digo é que a carta anónima que desencadeou o processo é uma carta forjada num contexto de mudança de liderança do Partido Socialista e de aproximação de campanha eleitoral de 2005», afirmou.
Interrogado sobre quem estaria hoje a «manipular a informação», Santos Silva disse que não lhe compete descobrir isso.
O ministro disse no entanto «ter a certeza» de que um jornalista português «não hesitaria em recorrer àquilo que o Código Deontológico lhe permite fazer, que é identificar fontes se elas os tentarem canalizar para transmitir informações falsas».
Questionado sobre o silêncio da líder do PSD, Manuela Ferreira Leite, sobre o caso, Santos Silva disse, «a título pessoal, que essa atitude da dra. Manuela Ferreira Leite só a enobrece».
Freeport: ministro indignado com «campanha negra»
- Redação
- CR
- 30 jan 2009, 14:27
Santos Silva critica «ataques» ao PM após esclarecimentos da Procuradoria
Continue a ler esta notícia