A conversa começou com a partilha do secretário de Estado de um artigo do The Wall Street Journal que apontava para o crescimento europeu e para o facto de apenas a Grécia não estar a acompanhar a tendência europeia.
“Ainda um outro artigo de como os países em crise da Zona Euro deixaram para trás os seus problemas. Os riscos estão a tornar-se uma platitude”, escreveu Maçães.
Yet another piece on how eurozone crisis countries have left their troubles behind. Risks becoming a platitude http://t.co/9IHau5U4ws
— Bruno Maçães (@MacaesBruno) 3 agosto 2015
A resposta não se fez tardar e Philippe Legrain, que já foi também consultor do ex-presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, questionou o secretário de Estado português sobre a falta de crescimento da economia portuguesa:
“Sim, a economia de Portugal está ainda 7,5% mais pequena do que há 7 anos atrás. É a isso que chama deixar os problemas para trás?”.
.@MacaesBruno yes, #Portugal's economy is still 7.5% smaller than 7 years ago. Is that what you call leaving its troubles behind?
— Philippe Legrain (@plegrain) 3 agosto 2015
Bruno Maçães também não se coibiu na resposta e aconselhou o jornalista e comentador a corrigir as suas previsões, salientando que “pela primeira vez em 40 anos Portugal está a crescer sem dívida”.
@plegrain Philippe, you would do better to recognize your predictions were wrong. Portugal growing without debt for first time in 40 years
— Bruno Maçães (@MacaesBruno) 3 agosto 2015
@plegrain respondeu com um tom duro, dizendo que “chamar a uma economia mais pequena do que há sete anos um sucesso é um disparate. É pior do que a grande depressão dos anos 30”.
.@MacaesBruno calling an economy 7.5% smaller than 7 years ago a success is nonsense. it's worse than the Great Depression of the 1930s
— Philippe Legrain (@plegrain) 3 agosto 2015
O economista continuou a descrever a situação portuguesa considerando que Portugal "está no buraco horrível, crescimento franco, dívida esmagadora, alto desemprego, emigração em massa, a ser ultrapassado pela Polónia".
.@MacaesBruno Portugal's in an awful hole. Feeble growth, crushing debt, high unemployment, mass emigration, being overtaken by Poland et al
— Philippe Legrain (@plegrain) 3 agosto 2015
O português diz depois que o jornalista inglês está a ficar "cego" pela ideologia e não vê os factos.
.@MacaesBruno I love it. You haven't presented a single fact. I'm laughing at your lack of arguments :-))
— Philippe Legrain (@plegrain) 3 agosto 2015
O secretário de Estado acabou por rematar a “discussão virtual”, depois de mais alguns internautas terem entrado na discussão, alegando que “infelizmente, não valia a pena argumentar” com o comentador da BBC.
@mlopes @plegrain I don't think it is really worth our time arguing with Philippe, unfortunately
— Bruno Maçães (@MacaesBruno) 3 agosto 2015
Antes, no entanto ainda foi apelidado de um "mau" comediante português.
Don't take it too seriously @plegrain. @MacaesBruno is a portuguese (bad) stand up comedian.
— paraver (@paravertudo) 3 agosto 2015
O secretário de Estado tem 40 anos e é um académico, licenciado em Portugal e doutorado nos Estados Unidos da América. Começou como assessor de Pedro Passos Coelho e há dois anos foi nomeado secretário de Estado dos Assuntos Europeus.
Bruno Maçães representa o país em constantes reuniões em Bruxelas, na Alemanha e pela Europa fora. Na sua página pessoal do Twitter, escrita em inglês, Maçães identifica-se pelas funções oficiais como secretário de Estado de Portugal. Através do Twiter e da Internet, Bruno Maçães é lido e está em contacto permanente com os jornalistas internacionais, sendo citado frequentemente em alguns dos mais importantes e influentes jornais europeus. Aos olhos do mundo, pelo menos virtual, as opiniões do secretário de Estado transformam-se muitas vezes em posição oficial do Governo português que quase não tem expressão na rede social.
Em fevereiro, o secretário de Estado deu que falar por ter criticado duramente o Syriza e a crise grega.
Na TVI24, Constança Cunha e Sá chegou mesmo a considerar que Bruno Maçães era um “tonto” “lunático”, depois do secretário de Estado ter estado na Grécia e ter ficado com a alcunha de: “o alemão”.