Regresso de Pedroso ao Parlamento acordado com PS - TVI

Regresso de Pedroso ao Parlamento acordado com PS

Estado condenado a pagar a 100 mil euros a Paulo Pedroso

Garantia foi dada por ex-porta-voz do partido socialista

ACTUALIZADO ÀS 18H45

O ex-porta-voz socialista Paulo Pedroso afirmou esta quinta-feira que ele próprio e o PS, na sequência das decisões judiciais sobre o processo Casa Pia, entenderam estarem reunidas as condições para regressar ao exercício do lugar de deputado, noticia a agência Lusa.

«Sinto o meu regresso à Assembleia da República como um virar de página. É o fim de um ciclo», declarou Paulo Pedroso à agência noticisa.

A decisão do regresso de Paulo Pedroso ao lugar de deputado do PS, já na próxima segunda-feira, para o qual foi eleito pelo círculo de Setúbal, foi anunciada pelo líder da bancada do PS, Alberto Martins.

Em comunicado, Alberto Martins informou que grupo parlamentar socialista comunicou ao presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, que «cessaram as razões, por este em tempo invocadas, de impossibilidade temporária para o exercício do mandato de deputado».

Paulo Pedroso suspendeu o mandato em 2003, depois de ter sido detido no processo Casa Pia, mas candidatou-se de novo nas eleições de 2005, em 10º lugar na lista do PS por Setúbal.

Falando cinco dias depois de o tribunal lhe ter dado razão no âmbito do processo Casa Pia, considerando a sua detenção um «erro grosseiro», Paulo Pedroso justificou à agência Lusa os motivos do seu regresso à vida política activa.

«Em 2005, comuniquei que me sentia impedido de exercer o mandato parlamentar, na sequência de um compromisso publicamente assumido com o secretário-geral do partido, José Sócrates, e por mim próprio. Não exerci nenhuma função política até que o processo [Casa Pia] estivesse concluído», frisou o ex-porta-voz socialista.



«Um virar de página»

No entanto, segundo o «ex-número dois» da direcção de Ferro Rodrigues, as circunstâncias agora mudaram na sequência de vitórias que obteve em tribunal.

«Com o acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa de finais de 2005 e a sentença do Tribunal Cível de Lisboa, de que fui notificado no início deste semana, o PS, o seu Grupo Parlamentar e eu próprio entendemos que estavam ultrapassados os motivos para o impedimento. Foi isso que comuniquei na carta que escrevi ao presidente da Assembleia da República [Jaime Gama]», justificou o ex-ministro do segundo Governo de António Guterres.

Interrogado sobre a forma como encara o seu regresso à vida política activa, Paulo Pedroso disse encarar a decisão de assumir o lugar de deputado no Parlamento «como um virar de página».

«É o fim de um ciclo em que fiz tudo o que me foi possível para que toda a verdade fosse apurada. Agora, a vida deve continuar. Sinto que deve continuar plenamente o meu contributo para as causas em que acredito», acrescentou o ex-dirigente socialista.

Pedroso será recebido «de braços abertos»

O porta-voz do PS, Vitalino Canas, afirmou que os deputados socialistas receberão o ex-dirigente Paulo Pedroso «de braços abertos» no Grupo Parlamentar, já se trata de um quadro «qualificado» do partido.

«Receberemos [o ex-porta-voz] Paulo Pedroso de braços abertos na Assembleia da República. Paulo Pedroso é um quadro qualificado do partido, que contribuirá para a qualidade do Grupo Parlamentar [socialista]», declarou Vitalino Canas à agência Lusa.

O porta-voz do PS referiu que o seu partido, «quando inseriu o nome de Paulo Pedroso nas listas de deputados [pelo círculo eleitoral de Setúbal, em 10º lugar], nas últimas legislativas em 2005, fê-lo com a intenção de Pedroso ainda poder ser deputado esta legislatura».

De acordo com Vitalino Canas, no início da presente legislatura «Paulo Pedroso entendeu ainda não estarem reunidas as condições [relacionadas com o processo Casa Pia] para exercer o seu lugar de deputado».
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