Congresso PS: emoção, unidade e poucas críticas - TVI

Congresso PS: emoção, unidade e poucas críticas

Secretário-geral chama a si figuras de proa do partido e ficou com os olhos rasos de água ao ouvir os discursos dos «amigos». Mas também houve quem lhe apontasse o dedo e criticasse a «lógica de vitimização»

Este segundo dia do Congresso do Partido Socialista fica marcado por uma unanimidade em torno do secretário-geral do partido. José Sócrates chamou a si figuras de proa do partido e nomes como Ferro Rodrigues, Francisco Assis, Silva Pereira ou Jorge Lacão não se fizeram rogados.

O líder emocionou-se com os discursos dos «amigos» e com o vídeo que contava a história do partido, ao som da música «That's What Friends are For», de Stevie Wonder. Ferro Rodrigues fez juras de fidelidade a Sócrates e prometeu disponibilidade para o diálogo, sim, mas só depois das eleições. Por enquanto, é tempo de «caminhar para a vitória».

Na mesma senda, falou o ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira: «O Partido Socialista quer que das próximas eleições possa sair um governo estável e maioritário. Sempre defendemos a estabilidade e por isso procuraremos, após as eleições, soluções políticas que tragam estabilidade. Mas primeiro as eleições».

O dirigente socialista e ministro da Economia, Vieira da Silva, foi outra das figuras ao lado de Sócrates. Acusou o PSD de encarar a austeridade como «caminho» para uma «agenda ideológica», enquanto para o PS é uma maneira de «preservar os pilares do Estado social».

Alberto Martinsacenou com o «fantasma» da Direita. Defendeu que «não há alternativa» de Governo no BE e PCP, dramatizando um apelo ao voto útil pelo «povo de esquerda» e deixou implícito que não deverá ser candidato nas próximas eleições.

Jorge Lacãolamentou a «rasteira» ao Governo, mas sublinhou que isso «levantou o PS». E prosseguiu a unanimidade em torno do líder: os socialistas admitem «Ceder sim, mas ceder Sócrates nunca». Francisco Assis lembrou mesmo que «É importante que seja Sócrates a negociar com o FMI».

Mas também não faltaram as críticas à tentativa de vitimização do Partido Socialista. Luís Amado foi ao Congresso e disse, em declarações à TVI que não gosta da «lógica da culpabilização». E advertiu que o país «está no abismo e que é preciso tirá-lo de lá». Amado disse ainda que «fazia bem ao PS uma cura de Oposição».

Mais duro foi outro socialista. Manuel Maria Carrilhocriticou, no comentário no Jornal Nacional da TVI a «história da vítima» e o tom repetitivo dos dois primeiros dias do congresso.

Pelo meio, a tarde deste sábado trouxe novidades em termos da composição das listas do PS às próximas legislativas: Assis, Ferro e Segurodisseram «sim» e avançam para a corrida. Menos novidade ou menos surpreendente foi a aprovação da moção apresentada ao Congresso por José Sócrates.
Continue a ler esta notícia