«Independência económica só significa isolamento económico»

José Sócrates chegou ao local do almoço a Beja sem fazer declarações aos jornalistas. Mas, pouco depois, já durante um discurso perante centenas de apoiantes, declarava que o que não tinha dito aos microfones da imprensa o ia revelar através do que estava instalado no pavilhão: a resposta ao novo argumento de Manuela Ferreira Leite para a suspensão do projecto do TGV.

«Quero partilhar convosco uma resposta que queria dar aos jornalistas pelo facto da dra. Manuela Ferreira Leite ter dito que ela defendia a independência económica do país enquanto nós, socialistas, defendíamos a sujeição aos interesses espanhóis», apontou, recordando a argumentação anterior a esta, de Ferreira Leite, sobre a oposição à alta velocidade, descrevendo-a como «rasteira» - como já fizera no comício de ontem.

«Acusar o partido socialista de falta de patriotismo era algo que não estávamos habituados há 30 anos, desde o antigo regime», apontou José Sócrates. «Mas agora vem com o argumento que está a defender a independência económica. Eu não ouvia isto há que tempos. Isto significa uma visão retrógrada e passadista», acrescentou, dizendo que «é preciso recordar à dra. Ferreira Leite que estamos na Europa». «Nós estamos em integração económica. Nós já construirmos um mercado único. E isso é bem para todos os países europeus».

Para José Sócrates, «independência económica só significa isolamento económico» e este, disse, «significa apenas pobreza, atraso e subdesenvolvimento». «Nós temos um projecto europeu. Por isso queremos dizer agora: acabou o Portugal atrasado», anotou.

Antes de José Sócrates, falou uma trabalhadora das minas de Aljustrel, que elogiou o empenho do Governo na viabilidade da empresa e na manutenção dos postos de trabalho.

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