PEC: PS afasta entrega de uma resolução de apoio - TVI

PEC: PS afasta entrega de uma resolução de apoio

Sócrates

Objectivo é evitar votação e abertura de crise política

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A reunião do Grupo Parlamentar do PS com o primeiro-ministro, realizada esta quinta-feira, na Assembleia da República, afastou quase totalmente a possibilidade de os socialistas apresentarem uma resolução de apoio às medidas do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC), noticia a Lusa.

Deputados socialistas adiantaram à agência Lusa que na reunião com José Sócrates, que durou cerca de duas horas, houve um acordo global em torno da estratégia a seguir pelo PS na próxima semana, no Parlamento, que passa por evitar a todo o custo que o PEC seja já alvo de uma votação, através de uma resolução.

Ora, se o PS avançasse por si com uma resolução de apoio ao Governo em relação ao PEC, de acordo com os mesmos deputados socialistas, estaria a abrir «um pretexto para ser depois responsabilizado pela eventual abertura de uma crise política».

Numa reunião em que discursaram dirigentes socialistas como Vitalino Canas, José Lello, Renato Sampaio, Marques Júnior e Paulo Pisco, entre outros deputados, ficou assente que, se o PEC for chumbado, «deverá então ser claro que a crise política aconteceu por responsabilidade da oposição».

Em relação a uma eventual apresentação de uma resolução por parte do PS, segundo relatos feitos por deputados à agência Lusa, apenas subsiste uma margem mínima.

Se, na próxima semana, depois da discussão do PEC, for iminente a rejeição deste documento do Governo por parte da oposição, se a crise política for dada como certa por parte dos socialistas, nesse caso, em última instância, o líder parlamentar do PS, Francisco Assis, tem luz verde para avançar com uma resolução, registando assim para futuro a posição da sua bancada nesta conjuntura política.

Na reunião, José Sócrates deixou um apelo a todos os deputados socialistas para que, nos próximos dias, haja da parte de todos um esforço de comunicação, de forma a que se «explique muito bem aquilo que está em causa» a propósito do PEC.

O secretário-geral do PS deixou também duras críticas à oposição, sobretudo ao PSD e CDS.

«A direita andou a rezar para que viesse o Fundo Monetário Internacional, para que não conseguíssemos vender nos mercados internacionais a nossa dívida soberana e para que falhássemos na execução orçamental», afirmou Sócrates, citado por deputados socialistas.

Desta reunião do Grupo Parlamentar do PS, que poderá ser a última antes da possível abertura de uma crise política, esteve ausente o deputado António José Seguro, encarado como um potencial candidato à sucessão de José Sócrates na liderança dos socialistas.
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