PSD «transformou um livre num penalti», diz Manuel Pinho - TVI

PSD «transformou um livre num penalti», diz Manuel Pinho

Manuel Pinho defendeu um novo Bloco Central para resolver a crise e José Sócrates acusa os barões do PSD de fazerem uma campanha de insultos contra ele

Manuel Pinho tinha prometido que não fazia mais comícios, mas quebrou a promessa para vir dar o seu apoio a José Sócrates, que esta noite viu o PSD distanciar-se mais de si nas sondagens. O antigo ministro da Economia - que abandonou o Governo depois de ter feito uns chifres com os dedos num debate sobre o Estado da Nação, em 2009 ¿ apelou à união entre PS e PSD para Portugal poder ultrapassar a crise, num comício em Santa Maria da Feira.

Dando como exemplo o Governo do Bloco Central entre Mário Soares e Mota Pinto, o especialista alertou para o facto: «Numa situação difícil pode-se criar uma grande tensão social» ( ...) «Acho toda a vantagem de ter um Governo com a maior unidade possível. (...) O nosso futuro depende de haver ou não unidade. Este programa que nós temos com a troika é muito difícil» . considerou o antigo ministro, alertando para o facto de Portugal poder ficar como a Grécia dentro de um ano e meio caso não comece a entregar as «cartas a Garcia», numa alusão aos relatórios para a troika.

Manuel Pinho, que actualmente é consultor de várias empresas e professor numa universidade em Nova Iorque, insurgiu-se contra a linguagem que está a ser utilizada pela campanha do PSD. «Há um ditado português que diz «muito medo, menos vergonha» .

«E nós, de facto, vivemos num clima em que se perdeu a vergonha. É utilizada uma linguagem de ataques pessoais a adversários políticos como se fossem inimigos pessoais! Verdadeiramente inacreditável, e que mostra uma crise moral muito maior do que a crise económica», declarou.

Na sua intervenção, Manuel Pinho criticou duramente a queda do Governo a 23 de Março, numa altura em que, tendo o PEC4 aprovado pela Europa Angela Merkel. <«o que="" nós="" fizemos="" foi="" transformar="" um="" livre="" directo="" num="" penalti<=""> . Os estrangeiros não são parvos, e quando virem que Portugal pode eleger um primeiro-ministro que nem secretário-de-estado foi, e um presidente da Assembleia da Republica que há menos de dois anos era o mandatário do Bloco de Esquerda nas eleições, não acreditar.

Sócrates contra os barões do PSD

Também José Sócrates acusou o PSD de «chantagear o eleitorado» e usar os seus barões ao seu serviço para o defender.

O candidato aproveitou o comício desta noite em Santa Maria da Feira para responder às críticas do militante nº 1 do PSD, Francisco Pinto Balsemão.

«Que exemplo essa gente dá. Agora metem uns quantos barões, segundas figuras do partido, a atacar-me pessoalmente e com que termos. Pois, eu digo-vos: isso apenas revela mesquinhez, pequenez, não contribui em nada para a dignificação da nossa vida pública, isso não é um bom exemplo para a política nem para a Democracia», refere.

Sobre Nogueira Leite, considerou tratar-se de declarações vãs sobre sobre António Nogueira Leite, que admitiu a possibilidade de Portugal ter de renegociar a sua dívida.

«Renegociar a dívida significa não a pagar, significa entrar no conjunto dos países caloteiros, significa entrar no conjunto dos países da lista negra, significa pagar esse gesto de irresponsabilidade com décadas e décadas de mais miséria, de mais desemprego e mais falências».

Sócrates também acusou o economista Nogueira Leste de estar a chantagear o país.

«Quando um líder político admite uma coisa dessas, ele não está a servir os interesses do país, está apenas de forma oportunista a tentar chantagear o eleitorado», disse José Sócrates.

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