Incêndios: apoio do Governo não chega, avisa PCP - TVI

Incêndios: apoio do Governo não chega, avisa PCP

Incêndio em Tavira (LUSA)

Comunistas de Tavira desejam que seja declarado o estado de calamidade pública

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A comissão concelhia de Tavira do PCP considera que o apoio do Governo às autarquias afetadas pelos fogos florestais no Algarve são insuficientes e apelou a que seja declarado o estado de calamidade pública nas freguesias mais afetadas.

«Face à dimensão deste incêndio, o Governo veio anunciar um conjunto de intenções vagas e uma verba - 300 mil euros - que, face à dimensão dos prejuízos, não pode deixar de ser considerada insuficiente», refere o partido num comunicado, frisando que, segundo os dados apurados, «mais de um terço do concelho de Tavira» foi afetado pelas chamas.

A verba referida pelo PCP é a que foi atribuída pelo Governo no âmbito de Contratos de Desenvolvimento Locais Sociais, um para Tavira e outro para São Brás de Alportel (o segundo concelho afetado pelo fogo da semana passada na serra algarvia), para recuperar casas danificadas pelo incêndio.

Para o PCP de Tavira, o fogo da semana passada foi «uma verdadeira catástrofe» que «atingiu populações, mas também o conjunto da atividade económica», com efeitos que vão desde a exploração de cortiça ao turismo, para além dos «elevados custos ambientais».

O partido entende que «a dimensão desta catástrofe é inseparável de décadas de abandono da floresta portuguesa, das políticas que conduziram à desertificação da serra algarvia, da falta de investimento na agricultura e nos setores produtivos», apesar de também ter havido «falta de coordenação - pese embora a abnegada entrega dos bombeiros - nos meios operacionais» de combate ao fogo.

«Uma realidade que se repete ciclicamente e que, por mais que alguns tentem, não pode deixar de responsabilizar os sucessivos governos - do PS, PSD e CDS - pelas opções que foram tomando ao longo dos anos e a que este Governo está a dar continuidade», acrescentou.

Os comunistas querem, por isso, que o Governo tome medidas para a «reposição do potencial produtivo das explorações agrícolas afetadas, instalações industriais e comerciais, com indemnizações adequadas» e «a declaração do estado de calamidade pública em todas as freguesias onde a dimensão da catástrofe o justifique».

A comissão concelhia de Tavira do PCP manifestou ainda a sua «profunda solidariedade» para com as populações atingidas e saudou «o empenhamento dos bombeiros, dos membros das Brigadas Florestais, dos militares, guardas e outros agentes florestais, das populações que estiveram envolvidos no combate aos fogos».
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