Costa quer "nova lógica" na aplicação de fundos: “A recuperação pós-crise está na inovação” - TVI

Costa quer "nova lógica" na aplicação de fundos: “A recuperação pós-crise está na inovação”

  • João Guerreiro Rodrigues
  • 29 mar 2021, 11:40
Marcelo e Costa na entrega dos prémios IN3+

O líder do executivo falou ainda de uma nova “lógica” de aplicação de fundos na área da inovação

O primeiro-ministro considerou, esta segunda-feira, na cerimónia de atribuição do prémio de inovação IN3+, que distingue projetos nas áreas da inteligência artificial, nanotecnologia e comunicação digital, que a recuperação da crise que o país atravessa só será ultrapassada com a inovação.

O líder do executivo falou ainda de uma nova “lógica” de aplicação de fundos na área da inovação, não investindo exclusivamente nem nas empresas, nem nas universidades, nem nas autarquias, mas sim a “alianças estabelecidas entre todos” em “agendas mobilizadoras”.

Queremos concentrar os recursos financeiros necessários para que possamos apostar de uma forma muito seletiva num conjunto de projetos que possam ser gamechangers e possam alterar o perfil económico do nosso país”, afirmou.

A terceira edição dos prémios distingue os projetos AICeBlock, da associação Fraunhofer Portugal, HIGHLIGHT, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (UNL), e IDINA, do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores - Tecnologia e Ciência (Inesc-Tec).

António Costa deu as suas felicitações aos vencedores dos prémios desta edição do concurso e à Imprensa Nacional-Casa da Moeda.

António Costa lembrou os tempos em que a Casa da Moeda não foi uma ferramenta de inovação, mas sim “uma força de bloqueio”. O primeiro-ministro recordou a altura em que se quis tornar o Diário da República digital, tornando-o “gratuito” e acessível a todos.

Sei bem o quanto é difícil às entidades mais ancestrais enfrentarem sem medo e com coragem o desafio da inovação. É uma grande lição para todas as empresas e para a sociedade em geral”, considerou.

António Costa olhou ainda para os desafios atuais do país, sublinhando que este não é apenas o momento de conservar aquilo que temos, mas sim de inovar.

A recuperação pós-crise está na inovação”, explicou.

As equipas premiadas vão desenvolver os projetos em conjunto com a equipa do INCMLab, laboratório da Imprensa Nacional-Casa da Moeda, para "aplicar as suas soluções à escala real e, assim, contribuir para a inovação na oferta de produtos e serviços que chegarão a todos e à sociedade", refere uma nota da INCM.

O projeto AICeBlock, coordenado pelo investigador André Carreiro, da Fraunhofer Portugal, pretende criar uma plataforma, sustentada na tecnologia de registo de dados distribuído 'blockchain', que "permita fomentar a confiança em aplicações de base em inteligência artificial através da sua certificação", tornando possível "interpretar, rastear e auditar as previsões dos modelos 'inteligentes' usados em áreas como a condução autónoma ou diagnóstico por computador".

Recorrendo à nanotecnologia, o HIGHLIGHT, do laboratório de nanofotónica de Manuel J. Mendes da UNL, propõe desenvolver "uma tinta que permite manipular a luz, dando a possibilidade única de variação ótica visível ou invisível ao olho humano".

Esta tinta poderá ser aplicada em todo o tipo de documentos e selos de segurança e "ser muito útil ao mercado de anticontrafação", realça a mesma nota da INCM.

O IDINA, apresentado pelo investigador do Inesc-Tec João Marco Silva, "pretende solucionar os problemas de identificação por falta de sistemas centrais que o façam".

De acordo com a INCM, trata-se de "uma ferramenta que poderá ter grande utilidade em zonas remotas de alguns países, que não têm as infraestruturas que permitam a creditação dos seus cidadãos, dando a autoridade necessária a instituições credíveis, como escolas, instituições de saúde e autoridades locais, para atestar o nascimento" ou processos como a vacinação ou o ingresso no ensino.

O prémio de inovação IN3+ visa "apoiar a geração de novas ideias nacionais e internacionais" e destina-se a "todos os investigadores, empreendedores, centros de investigação, universidades, empresas ou 'startups' que fazem parte da Rede Inovação INCM".

O montante total do prémio é distribuído de forma diferente pelos distinguidos, consoante fiquem em primeiro lugar (até 600.000 euros), segundo (até 250.000 euros) e terceiro lugar (até 150.000 euros), o que se ficará a saber esta segunda-feira na cerimónia de entrega, que poderá ser acompanhada por videoconferência.

 

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