O candidato presidencial Tiago Mayan Gonçalves lamentou ter-se chegado a um fase em que apenas se pode apelar ao voto para evitar a elevada abstenção prevista e sublinhou que “muito podia” ter sido feito para “melhor preparar” as eleições.
Neste momento já só estamos na fase do apelo e se calhar é um pouco desesperante pensarmos nisso, porque muita coisa podia ter sido feita no contexto de melhor preparar estas eleições”, disse o candidato liberal, instado a comentar a abstenção prevista para domingo.
Segundo especialistas ouvido pela agência Lusa, as presidenciais podem registar uma abstenção recorde, entre os 60% e os 70%, devido ao medo da pandemia de covid-19, ao desinteresse dos eleitores e por haver um candidato favorito.
De facto, chegamos a uma fase em que apenas podemos apelar às pessoas que, mesmo neste contexto tão difícil, possam ir exercer o seu direito de voto”, salientou Tiago Mayan Gonçalves, apoiado pela Iniciativa Liberal (IL).
No entanto, o candidato apontou o que poderia ter sido feito, nomeadamente a “questão do voto por correspondência, uma revisão constitucional cirúrgica que eventualmente teria sido possível para levantar a exigência de que as eleições presidenciais tenham que ser presenciais no território nacional, a questão da facilitação do voto dos emigrantes e a facilitação do voto dos deslocados também dentro do território nacional”.
A questão de escalonamento e divisão do período eleitoral por mais dias, tudo isto poderia ter sido feito, mas não foi”, lamentou.
Mayan contra abolição da propina defende acesso universal ao ensino
O candidato presidencial Tiago Mayan Gonçalves disse hoje discordar da abolição da propina no Ensino Superior, mas afirmou que ela não pode ser um impedimento para o acesso à educação.
Confrontado com a abolição das propinas, defendida pelos estudantes, Tiago Mayan discordou, mas salientou que a “propina não pode ser um impedimento para o acesso à educação”.
“A abolição da propina não fará muito sentido, o que fará sentido é haver propinas, mas que nos quadros de quem não tem possibilidades socioeconómicas de as pagar, essas propinas estejam a ser financiadas pelo Estado e aí garantimos um sistema muito mais equilibrado, um sistema que está a garantir a todos o acesso à oferta no Ensino Superior”, afirmou.
As eleições presidenciais, que se realizam em plena epidemia de covid-19 em Portugal, estão marcadas para domingo e esta é a 10.ª vez que os portugueses são chamados a escolher o Presidente da República em democracia, desde 1976.
Concorrem às eleições sete candidatos, Marisa Matias (apoiada pelo Bloco de Esquerda), Marcelo Rebelo de Sousa (PSD e CDS/PP) Tiago Mayan Gonçalves (Iniciativa Liberal), André Ventura (Chega), Vitorino Silva, mais conhecido por Tino de Rans, João Ferreira (PCP e PEV) e a militante do PS Ana Gomes (PAN e Livre).