PCP diz não sentir “instabilidade nenhuma” nas negociações com PS - TVI

PCP diz não sentir “instabilidade nenhuma” nas negociações com PS

João Oliveira (PCP)

João Oliveira reiterou que os comunistas pretendem através das suas políticas responder às necessidades dos portugueses

O líder parlamentar do PCP, João Oliveira, disse hoje que o partido não sente "instabilidade nenhuma" nas negociações com o PS, e reiterou que os comunistas pretendem através das suas políticas responder às necessidades dos portugueses.

"Da nossa parte não sentimos instabilidade nenhuma na discussão que temos estado a fazer e continuamos a fazer de forma séria e aprofundada procurando encontrar as políticas que respondam à situação do país".


O comunista falava no dia em que Pedro Passos Coelho foi empossado primeiro-ministro do XX Governo Constitucional numa cerimónia no Palácio da Ajuda, em Lisboa.

Para o PCP, é natural existirem "diferenças de perspetiva" face ao PS nas negociações para a viabilização de um executivo de esquerda, mas os encontros com os socialistas têm decorrido "sem instabilidade e sem perturbação".

"A durabilidade de qualquer solução governativa resulta das opções políticas que sejam feitas", sustentou o líder parlamentar comunista, que se escusou a apontar uma preferência sobre uma moção de rejeição autónoma do PCP ou em conjunto com outras forças políticas.

Sobre a tomada de posse desta manhã, João Oliveira lançou críticas ao chefe de Estado e sublinhou as suas responsabilidades pela atual situação política.

"É cada vez mais clara a extensão e dimensão da responsabilidade [de Cavaco] pela instabilidade que criou no país ao decidir indigitar Passos Coelho para formar Governo", advogou o parlamentar comunista.
 

“Os Verdes” acusam Cavaco de permanecer em “negação”


O partido "Os Verdes" acusou o Presidente da República de permanecer em "negação" face ao resultado das últimas legislativas, reforçando os ecologistas a ideia de que "existem condições" para ser formado um executivo da iniciativa do PS.

"O Governo hoje empossado é um Governo que não tem condições para fazer passar um programa na Assembleia da República e, por isso, caso todos os partidos assumam as suas responsabilidades, este executivo será inviabilizado nos próximos dias 9 e 10 de novembro, dias para os quais está agendada a discussão do programa do Governo, sujeito a moções de rejeição já anunciadas", dizem "Os Verdes" em nota enviada às redações.

Face ao discurso hoje proferido por Cavaco, os ecologistas consideram que o Presidente da República "continua em estado de negação no que respeita ao resultado eleitoral que levou o PSD e o CDS a perderem a maioria" parlamentar.

"Por mais que o Presidente da República não se conforme com esta nova correlação de forças políticas entre os 230 deputados, a verdade é que ela existe e inevitavelmente determinará a XIII legislatura", prossegue o partido ecologista.

E continua a nota: "O PEV reafirma que existem condições para se formar um Governo da iniciativa do PS e para se criarem políticas em Portugal que contrariem o ciclo de empobrecimento, de precariedade e de desinvestimento fomentado pelo anterior Governo, políticas positivas para as quais os Verdes farão questão de dar o seu contributo, como é sua responsabilidade e compromisso sempre assumido".

Pedro Passos Coelho foi hoje empossado primeiro-ministro do XX Governo Constitucional, pelo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, durante uma cerimónia no Palácio da Ajuda, em Lisboa. Na cerimónia, o Presidente da República afirmou que o executivo de Pedro Passos Coelho tem plena legitimidade constitucional, reiterando que em 40 anos de democracia a responsabilidade de governar sempre coube a quem ganhou as eleições.

Nos próximos dias 9 e 10, o Governo apresentará o seu programa à Assembleia da República. PS, PCP e BE anunciaram a intenção de apresentar moções de rejeição que, a serem aprovadas, implicam a demissão do Governo.
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