PS: Isabel Moreira diz que cumprirá disciplina de voto

A deputada independente Isabel Moreira afirmou hoje que, apesar de discordar, cumprirá a disciplina interna de voto favorável ao Tratado Orçamental da União Europeia, dizendo que essa sempre foi a sua atitude dentro da bancada socialista.

Isabel Moreira falava aos jornalistas, depois de confrontada com a decisão da direção da bancada do PS de impor na sexta-feira disciplina interna na votação do Tratado Orçamental da União Europeia.

Nas suas declarações, Isabel Moreira disse que irá apresentar uma declaração de voto sobre o tratado a admitiu que por parte da direção da bancada socialista «houve uma reinterpretação das normas estatutárias» na decisão de impor disciplina de voto, em vez de liberdade de voto.

«No início, tínhamos a ideia que havia liberdade de voto mas, entretanto, houve uma comunicação diferente, uma mudança. Fazia parte do grupo pequeno que queria votar contra o tratado mas, sendo informada que há disciplina de voto, cumprirei como sempre», disse.

Isabel Moreira reforçou depois este último ponto, sugerindo que nas votações da revisão das leis laborais e na especialidade do Orçamento do Estado para 2012 não quebrou a disciplina interna.

«Havendo disciplina de voto, respeito a disciplina, o que, na minha opinião, sempre fiz», frisou a constitucionalista.

Já Pedro Nuno Santos, que na semana passada se demitiu do lugar de vice-presidente da bancada socialista, frisou que na sua condição de militante do PS respeitará a disciplina de voto.

«Não conheço mudança de posição sobre a disciplina de voto por parte da direção, porque quando me comunicaram uma decisão foi a da disciplina. Internamente, fiz a luta sobre o que penso em relação ao tratado e é natural que em algumas matérias os partidos tenham disciplina de voto. Percebo que, perante tratados internacionais, o PS entenda que deve haver disciplina de voto», disse.

O ex-líder da JS afirmou depois que respeitará a disciplina interna. «Estou num partido e sujeito-me obviamente às restrições a que nos impomos quando aceitamos fazer parte de um Grupo Parlamentar», acrescentou.

Do grupo de deputados que manifestaram a intenção de votar contra o tratado, apenas o líder da JS, Pedro Delgado Alves, e Rui Duarte (também da JS) poderão não seguir a orientação interna de voto a favor do tratado.

Aos restantes deputados (Isabel Moreira, João Galamba, Duarte Cordeiro e Pedro Nuno Santos), a direção da bancada comunicou-lhes que estariam sujeitos a disciplina de voto.

Um destes deputados disse à agência Lusa que, «por várias vezes», comunicou ao líder parlamentar, Carlos Zorrinho, a intenção de votar contra o tratado, sem que este o tenha contrariado.

Ainda de acordo com o mesmo deputado, depois da reunião da bancada nada foi dito contra a ideia de que haveria liberdade de voto na sexta-feira.

«A decisão de que havia disciplina de voto só me foi comunicada por quem de direito ao início da tarde», referiu.