Louçã acusa Passos de querer beneficiar a banca

Francisco Louçã, coordenador do Bloco de Esquerda (BE), acusou este domingo o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, de apenas pretender ajudar a banca, depois deste manifestar a possibilidade de ajustar o acordo de assistência financeira celebrado com troika.



Os comentários de Pedro Passos Coelho na Cimeira Ibero-Americana, no Paraguai, foram o mote para o encerramento do IV Encontro nacional sobre o trabalho do Bloco de Esquerda.

Louça não ficou indiferente à possibilidade de um reajustamento no acordo com a troika e afirmou que «esses ajustamentos não incidirão sobre o juro [do empréstimo], sobre a dívida abusiva, os prazos de pagamento, sobre o corte das reformas, dos subsídios de Natal ou de férias. Os ajustamentos são única e simplesmente sobre a forma de financiar a banca».



Para o coordenador dos bloquistas o acordo com a troika deixa de ser «sacrossanto», «se a banca exige fundos e liquidez, apoio e subsídios» já se pode alterar uma vírgula.



Antes de encerrar o encontro com os militares, Francisco Louçã ainda teve tempo para fazer contas e para mais uma crítica às medidas do Governo sobre o aumento de meia hora diária o horário de trabalho no setor privado. «Esta alteração do horário de trabalho quer dizer que os trabalhadores serão forçados a trabalhar mais três semanas por ano sem receberem um cêntimo de salário por essas horas», sublinhou.