PSD e CDS: «Não vamos abdicar nunca mais da soberania» - TVI

PSD e CDS: «Não vamos abdicar nunca mais da soberania»

Partidos da maioria dizem que há «fundadas razões» para acreditar nas previsões do Governo e, se houver algum desvio em relação às da troika, serão apenas «décimas». PSD diz que previsão do PS sobre Comissão Europeia vir a rejeitar OE2015 está «errada»

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Os partidos da maioria estão em linha com o discurso do Governo, em reação às previsões da troika e aos reparos feitos ao Orçamento do Estado para 2015. Portugal ganhou soberania e não vai abdicar dela, estando tanto PSD como CDS confiantes nas previsões apresentadas no documento que vai nortear os destinos do país no próximo ano.

«Portugal conseguiu readquirir a sua plena soberania e nós não vamos abdicar nunca mais dessa soberania», o vice-presidente da bancada social-democrata, em declarações aos jornalistas, no Parlamento. O deputado defendeu que «alguma divergência que exista» em relação às previsões para o crescimento económico e para o défice - face às do FMI e da Comissão Europeia - são «de décimas». O Governo, apontou, considera o OE2015 «realista».

Carlos Abreu Amorim afastou, ainda, a possibilidade, levantada pelo PS, de a Comissão Europeia rejeitar a proposta orçamental para 2015: «Esta previsão que o PS está a fazer, mais uma vez é errada. Em relação ao que o FMI e a Comissão Europeia nos deram como pontos de observação, nós tomamos em devida conta, são aspetos que terão que ser analisados. Mas Portugal conseguiu readquirir a sua plena soberania e nós não vamos abdicar nunca mais dessa soberania».

E continuou: «A atual liderança do PS não diz absolutamente nada sobre aquilo que quer para o país e limita-se a fazer augúrios quase catastrofistas acerca do mal que desejaria que acontece a Portugal e aos portugueses. Isso não vai acontecer, é uma atoarda de tal forma infundada que não merece comentário».

Carlos Abreu Amorim acrescentou que Portugal não está hoje sujeito a uma avaliação como esteve durante os três anos do programa de ajustamento, o que «tem como consequência que é Portugal que diz aquilo que julga que está certo para continuar o seu percurso de credibilidade internacional». «Não estamos obrigados a seguir ipsis verbis todas as determinações das organizações internacionais», declarou.

Quanto ao que considerou o «ponto fundamental» da crítica que foi feita pelo FMI, o aumento do salário mínimo nacional, Carlos Abreu Amorim disse que se trata de uma medida «justa, correta e que com certeza agradará aos portugueses».

Da parte do CDS-PP, o partido disse que tem «fundadas razões» para considerar que as previsões nacionais sobre o crescimento e o défice são «mais precisas» do que as das instâncias internacionais e sublinhou que cabe ao executivo tomar as próprias decisões. «O facto de já não estarmos sob assistência tem consequências significa que o governo e o país é plenamente soberano para tomar decisões», sublinhou Cecília Meireles, também no Parlamento.

«Há divergências de opinião que são assumidas, e em relação às previsões de crescimento e para o défice, nós temos fundadas razões para achar que aquelas que o Governo faz são mais precisas do que aquelas que as instituições internacionais fazem».

Cecília Meireles alinha no discurso do PSD e do Governo: a partir do momento em que Portugal cumpriu o programa de ajustamento financeiro, isso significa que «recuperou a soberania para tomar as próprias decisões».
 
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