A voz discordante do Bloco de Esquerda - TVI

A voz discordante do Bloco de Esquerda

Louçã

O líder do movimento Ruptura/FER alerta para a possibilidade do voto em Sócrates

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O líder do movimento Ruptura/FER, Gil Garcia, questionou este sábado se haveria coragem do BE para «defender a suspensão do pagamento da dívida», alertando para a possibilidade de um sector do eleitorado do partido «equacionar votar» em José Sócrates.

Durante o seu discurso na sessão da tarde do primeiro dia de trabalhos da VII Convenção Nacional do Bloco de Esquerda, Gil Garcia teceu duras críticas à actual liderança do partido, alertou para o facto de José Sócrates correr o risco «de poder voltar a ganhar as eleições legislativas».

«Não há ninguém responsável por essa situação? É porque o país virou à direita? É porque não há suficientes mobilizações sociais fortes para quebrar a força do Governo? A manifestação à rasca ocorreu no século passado ou ocorreu a 12 de Março deste ano? A greve geral foi em Novembro do ano passado ou foi nos anos 70?», questionou.

Segundo o líder do movimento Ruptura/FER não foi construída nem em 2007, nem em 2009 nem em 2011 a política alternativa de uma «esquerda que interessa», de um Bloco de Esquerda que se opõe às políticas do FMI e de José Sócrates.

«[Hoje de manhã] por momentos, Francisco Louçã cativou-me como cativou todos os nós principalmente quando chamou a atenção que o BE ia ser um partido que ia lutar nestas eleições por uma política socialista, que era um partido de luta e que era um partido dos trabalhadores», disse.

Gil Garcia condenou, no entanto, o facto das propostas apresentadas pelo partido não irem nesse sentido.

«Eu pergunto: as propostas que foram apresentadas vão nesse sentido? Nós vamos mais longe do que vai o Partido Comunista na resposta à crise? Há coragem para defender a suspensão do pagamento da dívida? Há coragem para defender que temos que fazer como o referendo da Islândia? Essa proposta está presente no discurso público do bloco? Não está», realçou.

Para o líder deste movimento o que é preciso é «um Bloco de Esquerda mais irreverente, com uma política fracturante».

«Temos que reconhecer que alguma responsabilidade está na política central do bloco para que aquilo que dizem as sondagens possa vir a acontecer», sublinhou.

Gil Garcia disse não conseguir perceber o porquê de BE e PCP não se entenderem «para fazer uma plataforma de Governo ou uma plataforma de unidade que diga ao país que não está condenado a governos ou do PS ou do PSD/CDS-PP».

«Isso é que leva a que um sector do eleitorado do bloco possa até equacionar votar no Sócrates», alertou.
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