Acordos da UE: PCP quer explicações de Portas - TVI

Acordos da UE: PCP quer explicações de Portas

Jerónimo de Sousa

Comunistas preocupados com consequências graves

Relacionados
O PCP requereu esta quarta-feira a presença no Parlamento do ministro dos Negócios Estrangeiros para esclarecer os acordos da União Europeia com Marrocos e o Mercosul, afirmando que estes podem afetar as exportações portuguesas de hortofrutícolas e pescado.

Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, o deputado do PCP Agostinho Lopes afirmou que tanto o acordo União Europeia/Marrocos como o acordo União Europeia/Mercosul, que incidem sobre o setor agrícola, pesca e pecuária e respetivas transformações industriais, têm «impactos muito graves e negativos no âmbito da agricultura portuguesa».

O deputado do PCP defendeu que esta é «uma situação que é necessário que o país conheça» e que implica «que se tomem as medidas necessárias», chamando ao Parlamento o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas.

«Estas questões já foram levantadas por mim duas vezes, pelo menos, em audições com a senhora ministra da Agricultura, não temos tido grandes respostas», disse.

Agostinho Lopes advertiu que o acordo com o Mercosul terá «consequências extremamente graves» ao nível de todo o setor pecuário e frutícola e que os produtos da América do Sul irão «concorrer diretamente com produtos» portugueses com «grandes potencialidades do ponto de vista da exportação».

«O problema não será tanto aquilo que vem para cá, o grande problema é aquilo que irá para outros países, para os quais estamos a exportar», referiu.

O deputado comunista disse que os acordos implicam «uma liberalização significativa na entrada de produtos na União Europeia» e que o Governo português, no acordo de concertação social assinado há poucas semanas, «dá por assumidos os prejuízos quando coloca em cima da mesa a negociação de medidas para minorar esses prejuízos».

«Queremos saber o que está em cima da mesa, como o Governo está a intervir e a negociar estas questões e até as contrapartidas que está a pedir, por isso ninguém melhor que o ministro dos Negócios Estrangeiros, que neste Governo até assume as questões da diplomacia económica com tanta força, e que, como é conhecido, tem uma velha sensibilidade relativamente à produção agrícola, para nos vir dar uma boa informação», concluiu.
Continue a ler esta notícia

Relacionados