Algarve: PSD e BE contra encerramento de escolas na região - TVI

Algarve: PSD e BE contra encerramento de escolas na região

Escola primária

Vão ser encerradas 22 escolas na região

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O PSD e o Bloco de Esquerda do Algarve manifestaram-se esta segunda-feira contra a medida do Governo que prevê o encerramento de cerca de duas dezenas de escolas da região, por considerarem que contribui para a desertificação do interior, noticia a Lusa.

O presidente da distrital do PSD do Algarve, Mendes Bota, criticou o Executivo por ter um «critério cego» para o encerramento de escolas na região e acusou o Governo de ser «o primeiro a desertar dos locais afectados pela desertificação».

«Não concordamos com o critério cego do número de alunos para encerrar escolas. Achamos que, mesmo que se conjuguem esses rácios, há localidades em que valia a pena fazer um esforço para manter as escolas em funcionamento, sobretudo a norte da Via do Infante, no interior do Algarve», afirmou o dirigente do PSD/Algarve à Agência Lusa.

Mendes Bota considerou que a medida anunciada pelo Governo de encerrar as escolas básicas com menos de 21 alunos «é mais uma machadada em direcção à desertificação» e que o «Estado está a dar o exemplo negativo de ser o primeiro a desertar das zonas com problemas de desertificação».

Em causa 22 escolas

Em causa está, segundo o PSD, «a intenção de encerrar 22 escolas do ensino básico no Algarve» nos concelhos de Vila do Bispo, Faro, Silves, Tavira, Castro Marim, Loulé. São Brás de Alportel, Lagoa, Lagos e Monchique, lista que deixa de fora a escola básica de Alcoutim, porque «nem será admissível a possibilidade de deixar uma sede de município desprovida deste tipo de infraestrutura», o que a acontecer «ultrapassaria todos os limites».

Também o Bloco de Esquerda se pronunciou contra a medida do Executivo, que diz abranger 21 escolas desses concelhos, por considerar que é um «estrangulamento do conceito de proximidade» e um «aprofundamento da desertificação e abandono das zonas do interior».

O BE criticou estas decisões de «vocação economicista» sem serem ouvidos os responsáveis educativos locais, afirmou que «a realidade mostra que o número de alunos tem crescido de modo sustentado» nos últimos anos e anunciou que apresentou na Assembleia da República um conjunto de perguntas a questionar o Ministério da Educação sobre a matéria.

Questões ao ministério

«Que avaliação promoveu o Governo sobre as escolas da região do Algarve e a necessidade de reestruturação da rede que consubstancia os encerramentos previstos?» e «que avaliação de impacte levou o Governo a optar pelos encerramentos anunciados, sobretudo no plano dos ganhos educativos quando se propõe sujeitar tantas crianças a deslocações morosas e cansativas?» são duas das perguntas feitas pelo BE.

A deputada Cecília Honório, eleita pelo círculo de Faro e signatária do documento apresentado no parlamento, quer ainda saber «que medidas promoveu e promoverá o Governo para auscultar todos os representantes e interessados neste processo?» e se «o Governo está em condições de garantir que só procederá a encerramentos quando estiverem asseguradas as condições de transporte, e quando o novo espaço escolar tiver todas as condições para o acolhimento das crianças?».
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