Moita Flores pede suspensão do mandato - TVI

Moita Flores pede suspensão do mandato

Moita Flores

Apenas por três meses e por motivos e obrigações literárias. PS contesta: «Não somos pategos»

Relacionados
O presidente da Câmara Municipal de Santarém, Francisco Moita Flores, pediu hoje a suspensão do mandato por três meses, alegando motivos de saúde e obrigações da sua vida literária.

O pedido de suspensão contou com a abstenção dos dois vereadores eleitos pelo PS, que alegaram «respeitar» os motivos de saúde mas não compreender a invocação das obrigações da vida literária, uma vez que Moita Flores (independente eleito pelo PSD) sempre conciliou essa atividade com a de autarca ao longo dos últimos anos.

«O doutor Moita Flores já trocou Santarém por Oeiras. Não vamos deixar que nos deitem areia para os olhos, não somos pategos», afirmou o vereador socialista António Carmo, acusando o autarca de não só não ter resolvido os problemas de Santarém mas de os ter agravado, «duplicando a dívida de 50 milhões para 100 milhões de euros».

Ricardo Gonçalves, que assume a presidência da autarquia durante a ausência de Moita Flores, saiu em defesa do autarca, frisando que «a obra fala por ele» e elogiando a «assertividade e visibilidade» que levou a Santarém.

Referindo-se ao valor da dívida do município de Santarém, Ricardo Gonçalves reafirmou que a dívida encontrada quando o PSD assumiu a gestão do município, em 2005, era bastante superior a 50 milhões de euros e lembrou os 17 milhões de euros de aquisição da antiga Escola Prática de Cavalaria, que agravaram os números de 2011.

«O doutor Moita Flores deu muito de si a Santarém», disse, referindo os reflexos dessa entrega na saúde do autarca.

«Se escreveu livros, isso mostra a sua capacidade de trabalho», acrescentou, sublinhando que existe «um concelho antes e depois de Moita Flores», que deixa «uma obra notável».

António Carmo disse ainda esperar que Moita Flores inclua um capítulo, no livro que prometeu escrever sobre as autarquias, os políticos e a sua experiência em Santarém, sobre a «novela» das suas ausências, e referiu que o autarca não presidiu às últimas cinco reuniões do executivo municipal.

Francisco Moita Flores esteve de baixa médica em maio e gozou o seu período de férias a partir de meados de junho, entrando agora com um primeiro pedido de suspensão de mandato por três meses que se poderá prolongar por um período máximo de um ano.

No passado dia 06, Moita Flores apresentou-se aos militantes sociais-democratas de Oeiras, concelho onde se deverá candidatar nas autárquicas de 2013, afirmando então à agência Lusa que cessaria as suas funções na Câmara de Santarém no final da semana passada.

Francisco Moita Flores alertou para as decisões que faltam, da distrital do PSD de Lisboa e da direção nacional do partido, para que se confirme definitivamente a sua candidatura.

«A minha candidatura depende ainda de outras decisões. Até lá, estou disponível. Ou fico aqui ou vou gozar a minha reforma», concluiu.
Continue a ler esta notícia

Relacionados