Portas acusa Governo e PSD de promoverem «democracia surrealista» - TVI

Portas acusa Governo e PSD de promoverem «democracia surrealista»

Paulo Portas

Líder do CDS-PP condena que lei de aumento de impostos entre em vigor antes de ser aprovada no Parlamento

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O líder do CDS-PP acusou, esta quarta-feira, o Governo e o PSD de promoverem uma «democracia surrealista», em que a lei de aumento de impostos entra em vigor antes de ir ao Parlamento, pedindo que se oiça o Presidente da República, informa a Lusa.

«O próprio Presidente da República diz que não pode comentar o aumento de impostos porque ainda não existe lei, os portugueses sabem que a lei só é discutida no Parlamento no dia 2 de Junho, e o Governo e o PSD querem que o aumento de impostos entre em vigor a 1 de Junho», disse o presidente do CDS-PP, Paulo Portas.



O líder democrata-cristão falava aos jornalistas após uma visita a um centro paroquial social na Brandoa, Amadora, sublinhando que «queria pedir aos portugueses que ouvissem com atenção as declarações do Presidente da República», na terça-feira.

O Presidente da República, Cavaco Silva, não quis na terça-feira pronunciar-se sobre a eventual retroactividade do aumento de impostos, nem sobre a constitucionalidade da matéria, argumentando que a lei ainda não está aprovada. «Se não há lei, como é que se pode falar dessa matéria? Não há lei», vincou.

«Digam-me em que país democrático do Mundo é que um aumento de impostos entra em vigor antes de um Parlamento o autorizar? Que país surrealista, que democracia surrealista, é que, à conta deste aumento de impostos, o PS e o PSD querem fazer», questionou Paulo Portas.

Portas visitou o centro paroquial e social da Brandoa com o objectivo de chamar a atenção para o «cuidado do ponto de vista social» que considera ser necessário ter «quando se pedem sacrifícios às sociedades».

«Não é igual pedir um sacrifício a quem tem muito ou pedir um sacrifício a quem tem pouco», afirmou, argumentando que «um dos aspectos negativos deste aumento de impostos é que ele atinge os mais pobres de uma forma profundamente injusta e, se quiserem, tecnocrática e burocrática».

«Faz algum sentido estar a fazer um aumento de impostos sobre pensões baixas, de poucas centenas de euros, que vão passar a pagar mais IRS a partir de dia 1 de Junho, e, ao mesmo tempo, continuar a dar o rendimento mínimo às largas, rendimento mínimo que não paga imposto, a quem não quer trabalhar», questionou.
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