PT/TVI: PCP quer gravações da Comissão de Ética na de Inquérito - TVI

PT/TVI: PCP quer gravações da Comissão de Ética na de Inquérito

Bernardino Soares

Comunistas recusam que Comissão de Inquérito seja encarada como a comissão da censura ao primeiro-ministro

O PCP defende o envio de 10 audições já realizadas para a comissão de inquérito ao caso PT/TVI, que arranca quinta-feira, recusando que os trabalhos se resumam à audição do primeiro-ministro ou uma moção de censura. Os deputados do PCP consideram que «os silêncios impostos ou as contradições registadas» nas audições já realizadas na Comissão de Ética, sobre este caso, devem ser aproveitados pela comissão de inquérito constituída para analisar a tentativa de compra da TVI pela PT.

O deputado comunista João Oliveira anunciou, esta terça-feira, que vai pedir, na quarta-feira na Comissão de Ética, o envio das gravações das audições realizadas a Felícia Cabrita, Armando Vara, Paulo Penedos, Rui Pedro Soares, Bernardo Bairrão, Manuela Moura Guedes, José Eduardo Moniz, Henrique Granadeiro e Zeinal Bava. Para o PCP, estas dez audições serão «uma "mais valia" para o trabalho a desenvolver pela comissão de inquérito, que assim não iniciará funções do "ponto zero"».

Apesar desta iniciativa, o PCP não exclui a possibilidade de pedir nova audição na comissão de inquérito de algumas destas personalidades, mas remete essa decisão para mais tarde, quando a nova comissão já estiver em funcionamento. Os comunistas querem que a comissão de inquérito se centre «não em critérios de mediatismo, mas sim do apuramento de factos concretos» e rejeita que seja encarada «como a comissão da moção de censura ou da vinda do primeiro-ministro».

«Pensamos que não é positivo que esta comissão seja apresentada à partida, e sem mais, como uma comissão de inquérito para decidir se há ou não uma moção de censura ou se o primeiro ministro é ouvido ou não, pela primeira vez na nossa história parlamentar democrática, numa comissão de inquérito», destacou Bernardino Soares, em conferência de imprensa no Parlamento.

A comissão de inquérito deverá permitir clarificar «variados aspectos», entre os quais, indicou João Oliveira, perceber «quem desencadeou dentro da PT o processo negocial com a Prisa para a aquisição de 30 por cento da Media Capital, e quem lhe pôs fim e se houve motivação política para lá da motivação empresarial».
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