«Tema fetiche», o computador Magalhães - TVI

«Tema fetiche», o computador Magalhães

Paulo Rangel (arquivo)

Debate quinzenal aqueceu com Magalhães e Segurança Interna

Relacionados
Os erros ortográficos no computador Magalhães não faltaram ao debate quinzenal desta quarta-feira, que teve como tema o apoio às famílias. Paulo Rangel, líder da bancada social-democrata, questionou o primeiro-ministro sobre o tema «tabu», a segurança interna, e o tema «fetiche», o Magalhães.

O PSD começou por interrogar o Governo sobre o aumento da criminalidade violenta, referindo que a última vez que José Sócrates falou sobre segurança foi a 28 de Fevereiro de 2008 e que desde então pouco ou nada mais disse. Paulo Rangel acusou o Governo de ver na criminalidade um tema tabu e questionou, mais uma vez, o Governo sobre o atraso na aprovação da Lei das Armas. «A lei «fundamental» ainda não foi aprovada, de quem é a culpa? Afinal, quem tem maioria absoluta nesta casa?», questionou.

José Sócrates não respondeu e utilizou a «arma» que trouxe para o ataque ao PSD: a postura do PSD na Câmara de Lisboa. O primeiro-ministro acusou então o PSD de exigir ao Governo o pagamento de dívidas, mas não as facilita na Câmara de Lisboa. «O PSD tem duas caras», disse o PM.

«António Costa faz de primeiro-ministro»

Na contra-resposta, o PSD insinua que António Costa faz «muitas vezes» de primeiro-ministro» e acusou o Governo de mais uma vez não falar sobre Segurança Interna e insiste na culpa da não aprovação da Lei das Armas. «A culpa é de vossa excelência que é incompetente!!» «Assume a responsabilidade pelos crimes que podiam ter sido evitados?», perguntou o PSD.

A terminar a intervenção, Rangel lança mais uma farta: «Já que não fala de segurança, falo-lhe do seu tema fetiche, o computador Magalhães». O líder social-democrata questiona o primeiro-ministro sobre a responsabilidade dos erros encontrados nas instruções de um jogo que vem instalado no PC.

Sócrates responde ao ataque dizendo que: «O tema tabu é a incapacidade do PSD para responder a uma pergunta simples», referindo-se mais uma vez à questão autárquica. «A sua resposta é muito fraca. (...) É por estas e por outra que o PSD não é ouvido no país. O problema não é do país, é do PSD. (...) Esta hipocrisia politica. Isto não é leal, nem é sério do ponto de vista político», afirmou José Sócrates.

«Vamos falar de Segurança»

Nos segundos finais da sua intervenção, o primeiro-ministro acede a falar do problema da criminalidade, afirmando que «a segurança é a primeira das liberdades». «Foi um ano em que subiu a criminalidade», admite José Sócrates que contrapõe no imediato com a desaceleração da criminalidade registada no segundo semestre de 2008 e a eficácia do Governo na resolução do problema.

O primeiro-ministro vinha preparado para o tema e na resposta directa às críticas refere que, os números da criminalidade violenta em 2008 são inferiores aos registados em 2004, quando estava no Governo a coligação PSD/CDS-PP. «O que é inimaginável é que alguém traga o tema, sem referir que os números de 2008 são inferiores aos de 2004».

«A raiva do PSD é tanta»

Por fim, o primeiro-ministro responde às acusações sobre o Magalhães, dizendo que o Ministério da Educação assumiu os erros.

«A raiva do PSD ao Governo é tanta», referiu Sócrates, justificando «que foi um erro, assumido pelo ministério da Educação». «Vir, com base nesse erro, atacar, isso é totalmente ridículo, é puxar para baixo o nível do debate político».
Continue a ler esta notícia

Relacionados