As respostas de Cavaco às perguntas do Facebook - TVI

As respostas de Cavaco às perguntas do Facebook

Candidato presidencial congratulou-se com a mobilização dos jovens

O candidato presidencial Cavaco Silva congratulou-se esta segunda-feira com a mobilização dos jovens para as eleições, considerando que eles sentem que estão a ser tomadas muitas decisões que vão influenciar «não muito positivamente» o seu futuro.

«É um bom sinal que os jovens querem fazer ouvir a sua voz, sentem que muitas decisões que estão a ser tomadas vão influenciar não muito positivamente o seu futuro», afirmou Cavaco Silva, num encontro com jovens, em Lisboa.

Decisões que, segundo Cavaco Silva, estão relacionadas com «gastos públicos ineficientes, investimentos públicos eventualmente pouco reprodutivos, excesso de endividamento público e de endividamento externo».

Insistindo que os jovens não se podem alhear da actividade cívica e política, Cavaco Silva defendeu que o seu contributo é da maior importância, considerando que «podem contribuir significativamente para um Portugal melhor».

«Portugal atravessa uma hora decisiva, o dia 23 de Janeiro é um momento particularmente importante para Portugal, para o futuro de Portugal», dramatizou.

Antes, quando respondia em directo a perguntas colocadas na rede social Facebook, Cavaco Silva, que se recandidata a um segundo mandato em Belém, já tinha exortado os jovens a não deixarem «o processo de decisão do futuro» na mão daqueles que são «menos capazes, daqueles que são menos sérios, daqueles que têm menos preocupação da ética de serviço público».

Também em resposta a uma pergunta colocada no Facebook, Cavaco Silva falou da revisão da Constituição, confessando que não se sente «desconfortado com os poderes que a actual Constituição» confere ao chefe de Estado.

Recordando que a alteração da Constituição é uma competência exclusiva da Assembleia da República e que essa é a única lei que o chefe de Estado não pode deixar de promulgar, o candidato presidencial apoiado por PSD, CDS-PP e MEP, recusou implicitamente qualquer alteração que permita uma intervenção mais direta do Presidente nas políticas do Governo.

Neste momento, notou, o Presidente da República não é responsável, nem co-responsável pela política prosseguida pelo Governo e «se passasse a ter intervenção mais directa, passaria a sê-lo e deixaria de ser um moderador de conflitos, um amortecedor de conflitos na vida nacional, deixaria de ser um promotor de consensos na vida nacional».

Por outro lado, acrescentou, com uma mudança dessa natureza, a própria natureza do sistema político português seria alterada, na medida em que o Presidente passaria a ser um co-decisor, co-responsável da política do Governo.

«Jurei esta Constituição e candidato-me nesta Constituição e eu levo os juramentos muito a sério e eu não me sinto desconfortado com os poderes que a actual Constituição me confere», disse.

Ainda em resposta a uma pergunta colocada no Facebook, Cavaco Silva falou sobre a possibilidade de o Parlamento aprovar uma lei a proibir as touradas de morte. Lembrando que essa lei já existe, embora permita excepções, o candidato presidencial disse não conseguir antecipar razões para não promulgar o diploma.

Cavaco Silva não deixou, contudo, de comentar que considera que neste momento «a Assembleia da República tem desafios mais importantes para o país do que se preocupar com legislação sobre os touros de morte em Portugal».
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