Marcelo: coligação PSD-CDS «é consequência lógica» - TVI

Marcelo: coligação PSD-CDS «é consequência lógica»

Marcelo ao tvi24.pt

Professor está também de acordo com alterações à lei laboral pedidas por Bruxelas

O ex-presidente social-democrata Marcelo Rebelo de Sousa considerou esta sexta-feira que o «pacto de não-hostilização» entre PSD e CDS-PP, noticiado pelo semanário Sol, «é uma consequência lógica daquilo que já afirmaram os líderes dos dois partidos».

À margem de um jantar com militantes do PSD de Benavente, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou à agência Lusa que este acordo ¿é uma forma dos partidos evitarem atacar-se antes das eleições¿ presidenciais.

«O actual líder do PSD disse que, em qualquer caso, mesmo que ganhasse com maioria absoluta, faria coligação com o CDS e o líder do CDS disse que via com bons olhos a participação do seu partido no Governo», recordou, considerando que a coligação entre os dois partidos só deverá acontecer depois de 23 de Janeiro.

Marcelo Rebelo de Sousa rejeita comparações com a altura em que era líder do PSD, quando tentou fazer uma coligação para uma nova Aliança Democrática (AD) com o CDS/PP.

«A situação que existia quando eu era líder do partido era muito diferente porque havia um PS forte», sublinhou o professor.

«Em situações em que há um desgaste claro do PS, como aconteceu quando saiu o engenheiro Guterres ou agora com um Governo muito desgastado, o PSD e o CDS entendem que não devem ir a eleições juntos para não sobrepor o eleitorado», acrescentou Marcelo Rebelo de Sousa.

O também comentador televisivo referiu que, sem estabelecer uma coligação pré-eleitoral, «o PSD consegue ir buscar votos à esquerda e o CDS consegue manter o seu eleitorado».

Questionado sobre o que será melhor para a governabilidade de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que «o país precisa é de um Governo de centro¿direita com uma maioria clara, em que o PSD tenha uma votação maciça e o CDS não perca votos».

Sobre a revisão da legislação laboral, que o Governo tem vindo a falar, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que «quando a União Europeia diz que é necessário é porque é necessário».

Para o professor, Portugal está numa situação comparada com «a de qualquer pessoa que já está a meter os bens no prego» e, por isso, «não pode evitar abordar esta questão».
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