O presidente da Comissão Europeia, o português José Manuel Durão Barroso, em funções desde 22 de Julho de 2004, foi esta quinta-feira designado candidato pelo Partido Popular Europeu (PEE) para um segundo mandato de cinco anos, resume a Lusa.
Durão Barroso parece ter a recondução garantida se, como se prevê, os partidos membros do PPE, a maior família política comunitária, ganharem as eleições europeias que terão lugar entre 4 e 7 de Junho.
O próximo mandato de cinco anos do presidente da Comissão Europeia deveria iniciar-se a 1 de Novembro, mas o atraso na ratificação do Tratado de Lisboa por parte da Irlanda poderá implicar que o actual colégio se mantenha até ao final do ano.
Do MRPP ao PPD-PSD
José Manuel Durão Barroso nasceu em Lisboa a 23 de Março de 1956 e é tido, na forma como vê a política, como «frio, calculista, formal e racional».
O momento decisivo para enveredar pela política ocorreu a 25 de Abril de 1974, quando assistiu à Revolução dos Cravos em pleno Largo do Carmo, local simbólico da queda do antigo regime.
Já estudante do curso de Direito, juntou-se ao Movimento Revolucionário do Proletariado Português (MRPP, extrema-esquerda), onde surpreendeu pelos discursos inflamados e radicais, pela invasão das instalações da Radiotelevisão Portuguesa (RTP) para explicar o que o opunha ao Partido Comunista Português (PCP) e, ainda, por alguns episódios mais ou menos violentos.
O corte com o passado ocorre em 1977, quando o pai morreu. Mudou-se para Genebra e Washington, onde prosseguiu estudos.
Em Dezembro de 1980, pouco tempo depois da morte do então primeiro-ministro e fundador do Partido Popular Democrático-Partido Social-Democrata (PPD-PSD) Francisco Sá Carneiro, tornou-se militante pela mão do então vice-presidente desta força política, Pedro Santana Lopes, cuja amizade remonta aos tempos de estudante.
A ascensão política
O regresso a Portugal ocorreu durante os governos de Aníbal Cavaco Silva, primeiro como secretário de Estado-adjunto do ministro da Administração Interna, depois como secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação e, por fim, como ministro dos Negócios Estrangeiros.
Em 1999 torna-se líder do PSD. Nas eleições autárquicas de 2001, o Partido Socialista perde e o primeiro-ministro António Guterres apresenta a demissão, o que leva o Presidente da República Jorge Sampaio a convocar eleições antecipadas.
A 17 de Março de 2002, o PSD ganha as legislativas, tornando-se realidade a frase que um ano antes Durão Barroso proferira numa entrevista: «Sei que vou ganhar, só não sei quando.»
A vitória do PSD nas legislativas, embora sem maioria absoluta, levou Durão Barroso a negociar uma coligação governamental com o Centro Democrático Social/Partido Popular (CDS/PP) de Paulo Portas, que permitiu a formação do executivo.
Após pouco mais de dois anos como primeiro-ministro, Durão Barroso transpôs o último obstáculo para se tornar presidente da Comissão Europeia, iniciando o mandato para cinco anos a 22 de Julho de 2004.
Durão Barroso, candidato do PPE a segundo mandato
- tvi24
- CP
- 19 mar 2009, 19:09
O perfil do ex-primeiro-ministro português
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